População de São Roque do Chopim reivindica ambulância e uma mini UPA

A decoradora Jussara Climacheski Cola esteve na Câmara Municipal de Pato Branco, na última quarta-feira (19), representando os moradores do distrito São Roque do Chopim, para reivindicar a aquisição de uma ambulância 24 horas para o local e também assistência médica continuada para casos de urgência e emergência na localidade.

Jussara começou sua fala na Câmara com um relato forte sobre a perda de vidas em decorrência da falta de assistência médica. Logo no início, ela citou o caso de um menino de três anos que, há aproximadamente 18 meses atrás, se afogou no açude próximo de sua casa e não obteve socorro imediato, impossibilitando suas chances de sobrevivência e evoluindo a óbito em seguida.

“Essa criança, até hoje, a gente não sabe se chegou morta ou viva em Pato Branco, porque nós não temos um atendimento se o médico não está lá”, comenta.

A decoradora destaca que a Unidade Básica de Saúde que atende os moradores de São Roque do Chopim e outras comunidades do interior, conta apenas com o atendimento básico de consultas, encaminhamentos, dentista, acompanhamento de gestantes e procedimentos agendados.

“O médico não atende o dia todo, tem manhã que atende, outros dias durante a tarde. Quando o menino se afogou, era seis horas da tarde, o médico não estava e a unidade de saúde fechada. Mesmo que estivesse morto já, não tivemos um atendimento de imediato para essa mãe e pai da criança”, explica.

Jussara destaca que esse não é um caso isolado e que se for realizada uma pesquisa no local, todos os moradores já precisaram socorrer alguém.

Outro problema comentado por ela foi a falta de transporte para que os moradores possam se dirigir até Pato Branco e realizar os procedimentos mais complexos, expondo que “a população tem que pegar ônibus, carona, pessoas que trabalham nas indústrias ao redor”.

Tratados pelo município como um bairro de Pato Branco, Jussara aponta que São Roque do Chopim é um distrito e deveria ser tratado como tal pelas lideranças políticas. Ela cita como exemplo o caso de Honório Serpa, com cerca de 5 mil habitantes.

“Nós tivemos 1.400 votantes na eleição, se vocês pensarem naqueles que não votaram, naqueles que não foram porque não quiseram, crianças e idosos, estamos perto de 3 mil pessoas. Nós temos 15 km até Pato Branco e ainda temos que atravessar a cidade para chegar na UPA”.

Urgência

A moradora do São Roque do Chopim pede urgência para providenciar uma espécie de mini pronto atendimento para o local, para que a população que precise de atendimento de urgência e emergência receba o devido tratamento.

“São Roque do Chopim já elegeu vários vereadores e nunca foi pensado em melhorar. Então uma mini UPA é urgente para nós, para aquela mãe que precisa de atendimento para o filho com febre as 2h da manhã. A criança não tem hora. A mãe precisa bater na porta do vizinho para pedir carona”, desabafa.

Jussara relembrou também o caso recente de um aluno que se machucou na escola e não havia carros disponíveis para trazê-lo até a UPA, sendo necessário que a própria mãe pagasse um valor alto para que um carro de aplicativo fosse buscá-lo.

As reinvindicações da decoradora é que sejam alocadas no local uma estrutura pequena, com ao menos uma enfermeira e médico, possibilitando o atendimento de primeiros socorros, além de uma ambulância para locomover as pessoas que necessitarem de atendimento mais complexo. “Precisamos ser assistidos mais de perto”.

Ainda durante a sua fala na sessão da Câmara, Jussara comenta sobre o agravante nos finais de semana, quando as pessoas costumam ir para o rio, nadar, fazer churrasco em volta. “Em 1 ano e meio, em um raio de 3 mil metros, foram 3 afogamentos de crianças. Mesmo que tivesse condições de chamar o Samu, é 15 a 20 minutos para chegar lá, e mais o mesmo tempo para ele retornar até a cidade. Um infartado, vítima de acidente, não tem condição de sobreviver”, concluiu.

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