A insegurança alimentar é mais um dos problemas que a população vem se deparando ao longo dos meses que se estende a pandemia da covid-19.
De março de 2020 a este mês, a situação de vulnerabilidade social ficou ainda mais agravada em todos os municípios. Não distante desta realidade, localidades tidas até então como em condições confortáveis, com baixa procura da população por auxílios também passaram o registrar o aumento de solicitações.
Para tanto, o terceiro setor, e entidades organizadas como os grupos de Rotary passaram a desempenhar ainda mais ações voltadas a ajudar no atendimento desta parcela da população.
Em Vitorino por exemplo, a ação do Rotary Club Satélite Pato Branco – Vitorino, pediu à população que buscou a imunização contra a covid-19, no sábado (24), que realizasse a doação e alimentos.
A experiência bem sucedida não é de tudo desconhecida e vem sendo multiplicada em todo o território nacional, com o objetivo de não causar aglomeração neste momento de enfrentamento da pandemia.
No caso do Rotary Club Satélite Pato Branco – Vitorino, as doações recebidas foram encaminhadas para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que fará a destinação dos alimentos. O grupo que é um dos mais novos do Sudoeste, formado em 2019, não descarta a possibilidade de novas ações durante o enfrentamento da pandemia.
Fernanda Tomassoni, secretária de Desenvolvimento Social descreve a campanha de arrecadação realizada pelo Rotary, como “experiência excepcional”. Segundo ela, “a quantidade de alimentos arrecadados, o interesse do povo vitorinense em ajudar, demonstra claramente que temos uma população comprometida, engajada no projeto, e que vislumbra um futuro melhor para nosso município.”
A secretária pontua ainda que a participação da população demonstra ainda o sentimento de pertencimento da comunidade em meio as ações públicas.
Crescimento da demanda
Se por um lado, a população demonstra solidariedade e intenção de contribuir para minimizar os impactos negativos da pandemia, por outro, a demanda de atendimento na Secretaria de Desenvolvimento Social está em crescente.
De acordo como Fernanda, atualmente 500 famílias estão cadastradas na Proteção Social Básica, onde um dos critérios levados em conto é a renda ser inferior a três salários mínimos.
Também chama a atenção o fato de que “em meio a esta situação adversa, pessoas que não estavam em nossos cadastros também estão em situação de vulnerabilidade social sendo atendidos pelos técnicos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), após avaliação social.
Para se ter ideia, no início da pandemia, eram atendias em média 40 famílias em Vitorino, com benefícios eventuais, como são chamadas as entregas de cestas básicas. Passado mais de um ano, a atual demanda é de 90 famílias atendidas.
Núcleos familiares estes que em algum momento tiveram um agravamento da situação socioeconômica, até mesmo provocadas por interrupção parcial ou total de algumas atividades, o que resultou em impactos diretos ou indiretos a população.
Retomada
Os dados mais recentes do Cadastros de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, são de fevereiro, e foram divulgados no fim de abril.
Eles revelam que pelo segundo mês seguido (janeiro e fevereiro), Vitorino acumula saldo positivo na geração de emprego formal. No primeiro mês do ano, foram 36 contratações a mais que demissões, e em fevereiro, 45.
“Sabemos como a pandemia trouxe muitos desafios para a vida das pessoas, e esses desafios têm sido cada vez maiores, pensando nisso estamos aceitando as campanhas solidarias realizadas pela sociedade civil”, afirma Fernanda, ao revelar que na aposta da retomada da geração de empregos formais, o Município vem articulando o programa “Vitorino Emprega Mais”, que deve começar a sair do papel nos próximos dias.
Na prática, o programa vai buscar entender a demanda das empresas locais, e buscar a qualificação da mão de obra local. “O programa vai auxiliar a inclusão dos moradores de Vitorino no mercado de trabalho, garantindo uma estabilidade financeira.”