Ricardo Rocha
Em junho, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) completa 88 anos. Ainda visto, por muitos, com uma autarquia com função meramente fiscalizatória, o Conselho é muito mais. A defesa das profissões relacionadas às Engenharias, Agronomia e Geociências e, principalmente, dos interesses legítimos da sociedade, faz parte da nossa missão.
Entendemos que, apesar de importantes avanços já obtidos em nosso Estado, é preciso ir além. A atual conjuntura, em que tudo se renova a uma velocidade exponencial, exige um olhar mais efetivo de nossos governantes, a partir de propostas de suporte que permitam o mesmo ritmo no desenvolvimento da nossa sociedade. E, nessa jornada, as entidades, incluindo o Crea-PR, estão à disposição para o planejamento de um caminho efetivo e de inclusão.
É por isso que neste dia 7 participamos do grande expediente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Não foi uma visita meramente institucional. Como autarquia que fiscaliza e representa as Engenharias, a Agronomia e as Geociências, buscamos aproximação mais estreita com os parlamentares.
Queremos ampliar a presença do Crea-PR nas discussões e debates que afetam diretamente a sociedade. Pretendemos criar pontes com os parlamentares para conquistarmos juntos o Paraná que tanto idealizamos e que é possível construir, com a contribuição de engenheiros, agrônomos e geocientistas. Para isso, iremos à casa que é de todo o povo do Paraná a fim de propor a criação da Frente Parlamentar da Engenharia, Agronomia e Geociências para o Desenvolvimento Sustentável. Podemos afirmar, categoricamente, que trata-se de um marco na trajetória do Crea-PR e da história de desenvolvimento do Estado. Pela primeira vez, temos uma proposta consolidada que será entregue oficialmente aos deputados, na Alep.
Também apresentamos contribuições de profissionais das mais diversas modalidades para 12 projetos que tramitam na Assembleia e que consideramos importantes receberem o olhar das Engenharias, Agronomia e Geociências. E o Estudo Básico de Desenvolvimento Estadual (EBDE), com informações condensadas em único documento, em que nossos profissionais propõem uma série de diretrizes estratégicas para políticas públicas estaduais.
Acreditamos que a criação da frente parlamentar abrirá um canal sistematizado com os deputados. Cada projeto que avançar terá nosso acompanhamento e nosso olhar técnico, voltado à sustentabilidade, à viabilidade e à economicidade das propostas apresentadas. Queremos ser fonte de consulta e apoiar o Estado neste momento, que, após dois anos de estagnação mundial, deverá ser de crescimento acelerado.
Incentivamos, ainda, nossos representantes, conselheiros e inspetores, e profissionais registrados, a contatarem os deputados de suas respectivas regiões, para dar ainda mais sustentação ao movimento. Com o debate e a participação é que solidificamos a nossa democracia.
O Crea-PR tem muito a contribuir, também com seus cadernos técnicos em uma série de áreas, como infraestrutura, agronegócio e meio ambiente, agricultura familiar, telecomunicações, mobilidade urbana, mineração, gestão de resíduos sólidos. Temas, em muitos casos, urgentes para a sociedade e que, por muitas vezes, não somos chamados a opinar.
Nossa participação no grande expediente merece ser comemorada desde já, tenho certeza, pois daremos o primeiro passo oficial para que nos ouçam, nos consultem, quando as decisões estiverem relacionadas a questões que envolvam as Engenharias, a Agronomia e as Geociências. Não há melhor momento para abraçar este posicionamento para termos vez e voz, e para reforçarmos nosso papel como brasileiros para a sustentação à democracia.
Engenheiro civil e presidente do Crea-PR