A declaração do presidente mais uma vez distorce a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu autonomia a Estados e municípios para decidir sobre medidas de controle do coronavírus. A deliberação da Corte, contudo, nunca retirou poderes do governo federal para lidar com a pandemia.
Como mostrou nesta quarta-feira o Estadão, capitais brasileiras com tradição carnavalesca mantêm sob dúvidas a realização da festa em 2022 no momento em que a Europa já enfrenta uma quarta onda de covid-19. Entre as grandes cidades, só o Rio de Janeiro confirmou o carnaval no ano que vem.
Em São Paulo, a decisão será tomada até o final do ano, de acordo com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a partir do cenário epidemiológico e vacinal. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), chegou a propor a criação de um comitê de prefeitos de capitais, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital mineira já anunciou que não vai patrocinar a festa, como de costume. Salvador ainda não confirmou o evento.
Ainda sobre pandemia, Bolsonaro também disse durante a entrevista que a vacina contra covid-19 perde validade depois de seis meses. “Quem está contaminado tem imunidade por muito mais tempo, isso está comprovado”, declarou, sem respaldo científico. A imunidade induzida pelas vacinas é duradoura e efetiva no contexto da pandemia, de acordo com especialistas. A proteção está sendo reforçada com uma terceira dose para todos os adultos por orientação do Ministério da Saúde.
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