Nelito Antonio Zanmaria
Não sou a favor de lições de moral, de “eu te disse”, pois vejo cada fato de nossas vidas como uma folha de árvore seca caída no chão. Você pode jogar a mesma quantidade de vento sobre ela e com a mesma intensidade, no mesmo ângulo naquela folha, que fatores externos ainda a farão parar em lugares diferentes, em ângulos diferentes e em lados diferentes. Por quê? Pelo simples fato de que existem outras forças que atuam num mesmo cenário.
Quantas vezes ouço pessoas dizendo: “ah, se eu tivesse feito assim, o resultado teria sido esse”. Sim, existe uma probabilidade de que poderia acontecer de outra forma, mas infelizmente não é garantia de nada. Pensem na folha. Cada passo que damos é único. É nosso. Vamos colher exatamente o que plantamos. A diferença é onde plantamos, como plantamos. Não existe uma certeza. “Ah, se eu não tivesse saído mais cedo” ou “se eu tivesse saído mais cedo…” nós comparamos decisões que tomamos baseados em fatos que aconteceram e em suposições criadas por nós mesmos (que não aconteceram). Não há como comparar coisas diferentes.
Mas o que tem isso a ver com o título deste texto? Bom, da mesma forma que poderíamos fazer tal coisa para ter uma conclusão diferente em nossas vidas, também não pensamos na dor que precisamos passar para ter sucesso e sermos reconhecidos em nossos trabalhos. É isso mesmo: DOR. Também comparo essa dor com alimentação. Que bom seria se pudéssemos ingerir apenas alimentos que fossem gostosos, não necessariamente saudáveis, como pizzas, batata frita, refrigerantes, etc, mas que não fazem bem ao nosso corpo se comermos em demasia, sem controle. Precisamos nos privar desse tipo de comidas e nos alimentarmos de forma saudável (verduras, frutas, legumes, água, etc), se quisermos ter uma vida mais saudável na velhice.
Assim também é no sucesso. Antes de continuar, quero frisar que sucesso é você ser feliz, da sua maneira, do jeito que você se sente bem. O problema é que fazemos comparações com situações diferentes. Aceite seu sucesso, por mais simples que seja, mas é TEU sucesso.
O sucesso que tento retratar aqui é aquele de reconhecimento, onde algumas pessoas entendem que é o que precisam. Da mesma forma que você precisa se privar de uma alimentação gostosa, mas não tão saudável, você tem que se privar de prazeres que não te levam ao sucesso.
Eu me recordo quando eu não estava tão atarefado e que não tinha tempo pra nada. Fui enchendo minha agenda e tive que me organizar. Em fazendo isso, arranjei muito mais tempo. E quanto mais faço coisas, mais tenho tempo (pois damos prioridades). Notei esse problema quando estava “reclamando” da falta de tempo, assistindo um jogo de futebol na televisão, quando percebi que aquilo era uma “alimentação gostosa, mas não saudável”.
Foi nesse exato momento que comecei a me perguntar: o que eu ganho assistindo ao jogo? Qual o meu ganho em ler um bom livro? Que diferença fará em eu escrever um texto para o jornal? E essas perguntas me tornaram a pessoa que eu sou hoje.
Quem eu sou hoje? Eu sou simplesmente um cara que quer fazer a diferença na vida de uma única pessoa (se eu conseguir fazer a diferença para mais pessoas, ficarei ainda mais feliz). Se eu conseguir chegar no fim dessa minha caminhada terrena com a certeza de que eu ajudei uma pessoa, que eu fiz a diferença, que eu fui a diferença na vida dela, eu já estarei feliz com o sucesso alcançado. Busco e buscarei fazer a diferença para uma pessoa, mas vou ir além e fazer o que eu posso, com as condições que eu tenho, enquanto não tenho condições melhores ainda, de fazer o meu melhor (baseado no escritor Mário Sérgio Cortella). Tenho dores mas as aceito. E você, quer ter sucesso?
Professor universitário da Fadep, economista, pesquisador e mestre em Economia, presidente da Reinova (Rede Paranaense de Incubadoras e Aceleradoras de Empreendimentos Inovadores) e com formação em Programação Neurolinguistica