Judenor Marchioro
Ao ler um artigo assinado pelo Dep. Alexis Fonteyne, resolvi escrever este texto usando, inclusive, partes da publicação. “Ensinar a pescar” é capacitar uma pessoa para um ofício, treinar, emergir no conhecimento, seja ele o tradicional repassado a um jovem aprendiz, o técnico, o científico, até o altamente especializado.
A força de trabalho no Brasil segue desqualificada, os incentivos para qualificação partem mais da iniciativa privada para atender à sua própria demanda do que de uma política nacional estruturada de formação.
Essa parte do artigo eu achei espetacular, mas vou além disso. Precisamos dar os instrumentos de pesca, ensinar a pescar e ainda mostrar os benefícios da pesca. As novas gerações, além dos instrumentos, precisam ser preparadas na teoria e na prática, mas necessitam entender os motivos ou objetivos pelos quais devem se sacrificar na preparação.
Precisamos unir forças do setor privado, entidades e governo, estruturar um projeto global de capacitação profissional e executar. O nosso país é um gigante adormecido, temos inúmeros recursos e temos tudo para sermos uma verdadeira potência econômica. Precisaremos nos movimentar em relação à qualificação da mão de obra antes de se tornar uma falta insustentável, pois urgente já é.
Os governos dos municípios, dos estados, mas principalmente do país precisam se mobilizar, pois a qualificação da mão de obra é resultado direto da redução do custo Brasil. Investir exclusivamente na formação, com rigor, alta performance e disciplina revela talentos, desperta o interesse, cria fundações e transmite conhecimento, mas se não houver ambiente para desenvolver todo esse potencial, perdemos essa riqueza.
A qualificação não vem da escola convencional, essa é responsável pelo ensino básico. O que de fato precisamos promover são as escolas técnicas e as oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, iniciando pelas miniacademias corporativas ou espaços trainee dentro das empresas.
A cultura do desenvolvimento dentro das empresas precisa evoluir muito, é necessário ter sempre pessoas em desenvolvimento. É espetacular quando se pode promover alguém internamente. Além do orgulho em proporcionar o crescimento, provavelmente será mais assertivo ter um gestor que conhece a empresa, a cultura e o time.
A experiência de 23 anos da nossa empresa nos mostrou que qualificar é mais do que necessário, é estratégico para a sustentabilidade e solidez da empresa. Somos inconformistas, também um de nossos valores; trabalhamos constantemente na melhoria dos nossos processos e dos nossos produtos, mas principalmente na capacitação das pessoas. É crescimento com engajamento e qualidade.
Conselheiro da ABIMAQ, vice-presidente regional da associação no Rio Grande do Sul e diretor executivo da empresa Robopac.
Comentários estão fechados.