“Quando há possibilidade de substituição do produto, para alumínio ou concreto, por exemplo, já se observa mudanças de projetos em função do alto custo do aço. Também tem cliente que não está querendo refazer o seu estoque por conta do aumento do preço”, afirmou durante coletiva virtual com jornalistas.
Em abril, os aumentos ficarem entre 10% e 12%. CSN dividiu o aumento em duas vezes, no dia 1º e no dia 14. Usiminas e ArcelorMittal também reajustaram os preços. Loureiro contou que para não perder capital de giro, fabricantes de botijão e de rodas, que têm o aço como parte importante do custo, estão com dificuldade de refazer os estoques nos níveis atuais de preço. “Com os preços lá fora e o dólar se mantendo nas faixa de R$ 5,60, o prêmio já foi praticamente consumido, ficando em alguns casos negativo ou com o dígito muito baixo, de 2% ou 3%.”
Em relação aos preços internacionais, Loureiro explicou que a sucata americana chegou a US$ 552 a tonelada. Em agosto do ano passado, menos de um ano atrás, o preço da bobina a quente era US$ 520. Segundo ele, carvão é uma das matérias-primas mais comportadas em termos de preço, mas o minério de ferro já apresentou patamar médio de US$ 170. Na segunda-feira, por exemplo, passou de US$ 180. “O minério de ferro continua, portanto, pressionando bastante o custo das usinas. Embora também o preço das usinas tenham reagido fortemente”, disse.
Estoques
Loureiro disse que o setor de distribuição está tentando fazer com que o estoque se recupere um pouco, mas não quer retomar os volumes do passado, de 3,2 meses ou 3,5 meses de venda.
A ideia é ficar entre 2,5 meses e 3 meses para que se mantenha a capacidade de capital de giro, principalmente agora que o preço do aço subiu muito. “É preciso tomar cuidado com essa retomada do estoque para que os distribuidores não tenham problema com o capital de giro.”
Sobre as importações, o presidente do Inda disse que os volumes foram fortes em março e que no acumulado do ano já há aumento de 76%. Essa importação alta ajuda o mercado a se normalizar, de acordo com ele.
No mês passado, houve importação grande da Rússia de placas e laminados a quente, e depois da China. Já o principal destino das exportações brasileiras de aços planos foi para os Estados Unidos, que ficou com 6,6%, seguido por Argentina, com 8,7% de participação.
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