Na segunda-feira (4), por unanimidade, a Câmara Municipal de Mangueirinha autorizou o Executivo a comprar um imóvel no valor de R$ 5,8 milhões — trata-se da aquisição do hospital do município, mantido pela Associação de Saúde de Mangueirinha.
A compra, de acordo com a lei nº 2210/2021, “destina-se a ampliar o acesso a saúde e o bem estar da população do Município.”
Ainda conforme a normativa, um laudo de avaliação elaborado previamente, apontou que o valor que a prefeitura pagará pela estrutura — ou seja, “todas as construções, edificações e benfeitorias erigidas sob o imóvel, móveis e equipamentos” — está abaixo do valor de mercado.
Levantamento de fundos
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ivoliciano Leonarchik, a administração atual pretende pagar por todo espaço até o fim do mandato, sem solicitar financiamento. Isso porque, como ele conta, a prefeitura já tem em caixa mais da metade do valor da compra.
Conforme a lei, apesar de o Executivo ter um bom valor disponível, ele dará uma entrada de 25% sobre o valor total e o restante parcelará em até 36 meses.
Para conseguir o restante do dinheiro, o Município fará um leilão de 15 terrenos inservíveis, situados tanto na área urbana como na rural.
Na manhã de ontem (7) a comissão responsável pela compra do hospital se reuniu para redigir o edital do leilão e o contrato da aquisição, que deve ocorrer nos próximos dias.
Por que comprar um hospital?
O objetivo da aquisição do hospital, de acordo com Leonarchik, é evitar o deslocamento dos pacientes, de Mangueirinha e de municípios próximos, a Pato Branco.
Com a estrutura do hospital no nome da prefeitura, será possível atender também moradores de Foz do Jordão, Reserva do Iguaçu, Honório Serpa e Coronel Domingos Soares – ambos municípios que encaminham seus pacientes, normalmente, para Pato Branco. Como explica o secretário, a intenção é aumentar as cirurgias, de baixo e médio porte, e o número de leitos.
Mesmo com o prédio em seu nome, a prefeitura manterá a Associação de Saúde de Mangueirinha como administradora e mantenedora do local. O que mudará com a aquisição é que mais verbas poderão chegar até o hospital e com isso mais reformas e procedimentos serão implantados.
“Hoje nós somos referência na questão materna infantil, fazemos parte da rede de urgência e emergência, possuímos corpo clínico para cirurgias eletivas, fazemos procedimentos ortopédicos de médio e complexo porte e já temos um pedido de habilitação de leitos para tratamento de pacientes viciados em álcool e droga. Com a compra do hospital, todos esses serviços serão ampliados, a nível regional”, completa Leonarchik.
Atualmente o hospital atende, em média, mil pessoas ao mês. No momento, conta com 60 leitos de enfermaria. Destes, 51 são pertencentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) e nove ao atendimento particular. Do total de leitos, não há nenhum de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apenas dois semi-intensivos.
Mesmo após a compra do local, o município não prevê a inclusão de leitos UTI, isso porque a intenção é se tornar referência na questão de média especialidade.