Sturgeon disse que a independência escocesa era a “vontade do país”. Seu partido elegeu 64 deputados, um a menos do necessário para a maioria absoluta das 129 cadeiras do Parlamento. Mas ela disse que com o apoio dos aliados manterá o controle do Legislativo. O Partido Verde, também a favor da separação do Reino Unido, conquistou 8 cadeiras, representando uma maioria a favor da independência, enquanto os conservadores de Johnson alcançaram a segunda posição, com 31 parlamentares.
“O povo da Escócia votou para dar aos partidos pró-independência uma maioria no Parlamento escocês”, disse Sturgeon no início da noite de ontem. Ela acrescentou que não havia justificativa democrática para Johnson, ou qualquer outra pessoa, tentar bloquear o novo referendo sobre a independência.
Johnson parabenizou Sturgeon ontem por sua vitória nas eleições locais e a convidou para uma reunião com o governo britânico para tratar de “desafios comuns”, como a recuperação após a pandemia.
“Acredito veementemente que os interesses das pessoas em todo o Reino Unido, e em particular na Escócia, são mais bem atendidos quando trabalhamos juntos”, escreveu o primeiro-ministro britânico à chefe de governo escocês, segundo seu gabinete.
O SNP pretende convocar um novo referendo até 2023, mas ele depende da aprovação de Johnson, que é contra a ideia e já indicou que neste momento de pandemia a discussão sobre um referendo é “inoportuna”.
O rompimento da união de 314 anos com a Inglaterra divide os escoceses. Mas o Brexit azedou a relação entre os dois lados da fronteira – a saída do Reino Unido da União Europeia foi rejeitada por quase dois terços dos eleitores da Escócia.
Em nível nacional, apesar de uma série de escândalos sobre ligações entre poder e interesses privados, Johnson conseguiu manter os avanços que os conservadores alcançaram nas eleições legislativas de 2019 no chamado “muro vermelho” trabalhista, áreas do norte da Inglaterra afetadas pela desindustrialização e favoráveis ao Brexit.
O Partido Trabalhista, por sua vez, conquistou o controle do Parlamento do País de Gales. A trabalhista Joanne Anderson foi eleita prefeita de Liverpool (norte da Inglaterra), tornando-se a primeira mulher negra eleita à frente de uma grande cidade britânica.
Em Londres, o prefeito trabalhista Sadiq Khan, que em 2016 tornou-se o primeiro muçulmano a governar uma capital no Ocidente, foi eleito para um segundo mandato. (Com agências internacionais)
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