“O Presidente da República [do Brasil] em 2020 aconselhou a prescrição de hidroxicloroquina”, disse Jean Castex, em meio a gargalhadas do Parlamento. “E gostaria de lembrar que o Brasil é o país que mais prescreveu [o medicamento].”
O momento das risadas, transmitido pela emissora LCP nesta terça-feira, em que Castex mostra-se preocupado com a variante P1 do coronavírus, vem repercutindo nas redes sociais.
“Um pouco de decoro, como sempre digo”, acrescentou Castex, pedindo silêncio aos parlamentares. “É perfeitamente incorreto dizer que ficamos sem agir. No entanto, estamos vendo que a situação está piorando e por isso decidimos suspender todos os voos entre o Brasil e a França até novo aviso.”
A decisão da França anunciada nesta terça-feira não estipula uma data para o fim da suspensão de voos que tenham o Brasil como origem ou destino.
“Os senhores partem de uma observação estabelecida. A gravidade da situação no Brasil é cansativa. Eu lhes recordo, diante da representação nacional, que sofre uma situação absolutamente dramática, e a periculosidade da variante do mesmo nome que, efetivamente, apresenta dificuldades reais.”, discursou Castex para os parlamentares.
“Mas me perdoem por lhes dizer, senhores, os senhores estão distorcendo um pouco a realidade ao sugerir que nada seria feito. Mas isso está errado, está completamente errado. Uma coisa que não fizemos foi seguir as recomendações dele (do Brasil). O Presidente da República em 2020 os aconselhou a prescrever hidroxicloroquina. E gostaria de lembrar que o Brasil é o país que mais prescreveu”.
Suspensão de voos com o Brasil
O governo francês decidiu suspender “até novo aviso” todos os voos entre Brasil e França por causa de preocupações em torno da variante brasileira da covid-19, anunciou nesta terça-feira, 14, o primeiro-ministro Jean Castex.
“Constatamos que a situação está se agravando e por isso decidimos suspender até novo aviso todos os voos entre Brasil e França”, explicou o chefe de governo durante sessão de perguntas na Assembleia Nacional.
Embora na França a variante brasileira P1 represente apenas 0,5% dos casos diagnosticados no território francês, onde a cepa britânica é predominante, os profissionais da saúde vêm alertando há alguns dias para a disseminação dessa cepa e a oposição exigiu que o governo interrompesse os voos com o país. “No início, pode parecer trivial, depois pode aumentar muito rapidamente”, comentou o epidemiologista Antoine Flahaut no jornal Le Parisien. (Com agências internacioanis)
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