A Latam apresentou no fim da noite de ontem seu plano de recuperação judicial, que inclui a injeção de US$ 8,19 bilhões (R$ 45,9 bilhões) no grupo por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida. A proposta será avaliada pela Justiça dos Estados Unidos, onde corre o processo de recuperação, no dia 27 de janeiro. Após isso, a empresa terá um período de exclusividade para negociar a aprovação do plano com credores.
A Azul, porém, vem mantendo conversas nos bastidores com os credores em torno de um plano alternativo, que lhe daria o controle da Latam. A proposta da Azul pode ganhar força, portanto, apenas se o da Latam for rejeitado pelos credores.
Alvo destacou que o plano apresentado já tem o apoio de 71% dos credores sem garantia. Pela lei de recuperação judicial americana (chapter 11), a companhia precisa de 66% deles para aprovar uma proposta.
“Esse plano tem tratamento equitativo para os stakeholders. Dá a possibilidade para credores grandes e pequenos participarem via bônus convertidos (em ações). Ele foi consensualmente acordado com credores e, assim, cumpre com o chapter 11”, afirmou o executivo.
A proposta da Latam prevê uma oferta de direitos de compra de ações no valor de US$ 800 milhões, que será aberta aos acionistas da companhia. Também serão emitidas três classes de títulos conversíveis, que serão oferecidos preferencialmente aos acionistas do grupo e, posteriormente, a determinados credores. Esses títulos devem somar US$ 4,64 bilhões.
O grupo ainda deverá levantar US$ 500 milhões em uma nova linha de crédito rotativo e aproximadamente US$ 2,25 bilhões em financiamento de dívida por meio de novos recursos, que podem ser um novo empréstimo a prazo ou novos títulos.
Alvo não quis comentar se possíveis impactos da nova onda da covid no mercado financeiro podem dificultar o acesso da empresa ao capital. “É muito cedo para entender os impactos da nova cepa. Acho que não é hora de especular sobre isso até que se tenha mais informações.” O executivo, no entanto, frisou que o grupo tem agora uma estrutura de custo variável que lhe ajuda a atravessar novas crises.
Procurada, a Azul não quis comentar.
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