“Começamos a ter piora da covid na Europa e hoje os mercados estão sentido isso bastante. Mas localmente, o Brasil está indo bem contra covid porque tem baixa rejeição à vacina”, afirmou o banqueiro central, reforçando que o Brasil passou vários países desenvolvidos em número de vacinados. “Obviamente temos preocupação sobre o que pode acontecer na Europa em relação à covid.”
Campos Neto disse ainda que, quando se observa a parte de desaceleração mundial, se vê que a atividade na China caiu durante a pandemia, mas que já retomou o crescimento e agora cresce de maneira moderada.
Já o resto do mundo, afirmou, deve crescer perto de zero, com exceção de Estados Unidos e Inglaterra.
Dados recentes de fora
O presidente do Banco Central disse ainda que os últimos números de atividade nos EUA e zona do euro vieram melhores. Todavia, de acordo com ele, a situação de estagflação é um processo global, que tem subido no mundo inteiro.
O banqueiro central admitiu que em 2022, voltará o questionamento sobre qual será o crescimento estrutural do Brasil porque o País tem sofrido revisões baixistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano que vem.
Campos Neto voltou a citar a China, alegando ser importante acompanhar o que está acontecendo no país, onde se verifica desaceleração forte do setor imobiliário.
“Mas a questão imobiliária da China não contaminou mercado no mundo”, relativizou o banqueiro central.
Ele repetiu ainda que a tese de disrupção de oferta para explicar inflação de bens se mostra falha e que os governos têm falado mais de alta da demanda de bens como causadora da inflação pelo mundo.
Nesse sentido, de acordo com ele, a inflação é claramente mais relevante nos países de economias emergentes. “O Brasil, onde há o tema da moeda e da energia, é destaque na inflação”, disse.
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