Campos Neto citou que, com a reabertura da economia, as pessoas estão voltando a consumir serviços, revertendo o fenômeno na pandemia de substituição de consumo de serviços por bens.
Ele comentou que há grande volatilidade nas expectativas de inflação de 2021 e que o Brasil tem uma “história adicional”, porque depois do choque de alimentos houve o choque de energia, lembrando que estamos em uma crise climática e que a maior parte do fornecimento de energia vem de hidrelétricas. “Tivemos primeira onda de surpresa em alimentos e, a segunda, em eletricidade”, completou dizendo que isso contaminou um pouco o núcleo de inflação.
Revisões em vários países
Campos Neto afirmou que diversos países têm observado surpresas para cima na inflação recentemente. Segundo o presidente do BC, há muito debate sobre o repasse dos preços do atacado para o varejo, que é diferente entre os países. De qualquer forma, Campos Neto comentou que a inflação implícita tem avançado na maioria dos países.
Disse que os mercados ainda estão positivos. “Tivemos alguns ruídos ontem e hoje, há alguma reprecificação, mas, de forma geral, temos visto notícias positivas.”
‘Inflação verde’
O presidente do BC ainda voltou a chamar atenção para a “inflação verde”, ligada à modificação na economia para um formato de produção mais sustentável. Nesse contexto, a inflação de metais segue em alta em vários países. “Quando vemos países reduzindo a produção de mineração para ter produção mais sustentável em lugares como Chile e China, é importante dizer que isso é importante para a perspectiva de inflação.”
Caged x Pnad
Ele também repetiu que acredita que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) está refletindo melhor a situação do mercado de trabalho, com a recuperação de vagas formais, do que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). “Mas é importante olhar para isso para ver se os empregos informais vão voltar com a reabertura da economia.”
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