Presidente do Fed de Dallas prevê alta de 6,5% do PIB dos EUA em 2021

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ATENÇÃO, SENHORES EDITORES: MATÉRIA COM EMBARGO. PUBLICAÇÃO LIBERADA A PARTIR DE DOMINGO, DIA 18 DE ABRIL DE 2021.
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, Robert Kaplan, afirmou na quarta-feira, 14, que a economia dos Estados Unidos deve crescer cerca de 6,5% neste ano. Durante evento virtual da Câmara de Woodlands, Kaplan previu que a inflação ao consumidor ganhará força em 2021 nos EUA, mas disse que não está claro se esse movimento perdurará em 2022 e 2023, além de qualificar o avanço dos retornos dos Treasuries como um movimento natural, diante da retomada econômica, um “sinal saudável” dessa recuperação.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Kaplan também qualificou como “saudável” o ritmo de crescimento americano em 2021. Ele disse projetar que a vacinação contra a covid-19 continue, apoiando a retomada geral – também puxada por medidas fiscais -, sobretudo em áreas mais afetadas pelo vírus, como o setor de serviços, hotéis e restaurantes. Para o dirigente, o ritmo da vacinação continuará forte nos EUA, mesmo com os problemas da vacina da Johnson & Johnson, que teve sugestão de suspensão da aplicação por autoridades, após alguns casos raros de coágulos.
Em relação à inflação, ele atribuiu a alta recente à retomada e também à base de comparação, mas disse não estar claro se o movimento sustentado perdurará nos próximos anos.
Kaplan comentou que, no contexto atual, o Fed não deseja agir cedo demais em um aperto monetário, mas tampouco quer demorar muito. Na opinião dele, será “saudável” que, quando a recuperação estiver mais clara, os estímulos extraordinários atuais comecem a ser retirados. “Saindo de uma crise, não queremos ser preventivos, reagir cedo demais, mas por outro lado não queremos demorar demais e reagir tarde”, disse. Para ele, a economia dos EUA “ainda não está fora de perigo”, mas quando a retomada estiver clara o dirigente disse que defenderá o início da retirada de medidas extraordinárias.
Questionado sobre o avanço recente dos juros dos Treasuries, o dirigente lembrou que o juro da T-note de 10 anos ainda está em nível inferior ao do início da pandemia. Segundo ele, “faz sentido” que o retorno do bônus tenha tendência de alta neste ano, diante da recuperação, e a volta dele ao nível anterior à crise de saúde “não será um problema”. Ele lembrou que, antes da pandemia, o juro estava entre 1,75% e 2%.
Kaplan defendeu que o Fed não intervenha e deixe o mercado de Treasuries se ajustar, além de comentar que será preciso adiante conter o ritmo do crescimento da dívida pública no país.
O dirigente também falou sobre a rivalidade econômica dos EUA com a China. Segundo ele, seria um erro os americanos buscarem uma “desacoplagem” da potência asiática. “A China não irá se desacoplar do restante do mundo, ela se integrará mais a ele”, previu. Os EUA devem assim trabalhar para criar uma atmosfera de concorrência com a China, buscando um campo justo nessa disputa.
Kaplan ainda comentou sobre o setor de combustíveis fósseis. Ele disse que, com o passar dos anos, esses combustíveis devem representar uma parcela menor do todo do setor energético, mas ainda assim terão um peso importante na economia, sobretudo em uma região como a do Texas. “É possível que ainda não tenhamos visto o pico global na demanda por petróleo”, afirmou. Para ele, o setor de combustíveis fósseis “ainda será importante durante vários anos.”

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