Na terça-feira (21), o deputado estadual Anibelli Neto, eleito recentemente presidente do MDB Paraná, concedeu entrevista ao Diário do Sudoeste e falou sobre as movimentações políticas dos diretórios e as expectativas para as eleições do ano que vem. Estava acompanhado do líder do MDB na Câmara Municipal de Pato Branco, vereador Eduardo Albani Dala Costa, e do presidente do diretório municipal do MDB, Ilário Antônio Toniolo.
Sobre o cenário da legenda nesse momento político, Anibelli Neto lembrou que vem da categoria de base do MDB, desde a juventude, e que costuma dizer que ser presidente do diretório estadual é uma honra, um sonho realizado.
“O compromisso que assumimos é que o futuro do MDB será definido pela base, no ano que vem. Enquanto isso, estamos fortalecendo as nossas fileiras, convidando lideranças, fazendo com que muitos que já fizeram parte do MDB possam retornar ao partido, que sob a liderança do deputado Baleia Rossi está com uma nova roupagem, mas sem perder a sua história de luta contra a ditadura, pela volta da democracia e apoio aos movimentos sociais”, destacou.
O presidente estadual do partido enfatizou que o compromisso é fazer uma chapa completa de candidatos estadual e federal. “Lógico que todos aqueles que estão se colocando como pré-candidato vão esperar a mudança da lei, ou não, que será definida um ano antes do pleito, dia 2 de outubro de 2022. Enquanto isso estamos promovendo encontros regionais. Fizemos no final de agosto um encontro em Toledo e definimos com a executiva que no próximo sábado (2) faremos em Maringá. Nesses encontros procuramos provocar os diretórios dos municípios que fazem parte da região para viabilizar candidatos a deputado estadual e federal. Mas buscamos candidatos que tenham história, tenham entendimento do que é o MDB”, ressaltou.
Esquerda e direita
Anibelli Neto destacou que nesse momento o MDB não é um partido com ideologias de esquerda, nem de direta. “Costumo dizer que lutar por um IPTU progressivo, por exemplo, não é ser de esquerda, é ter bom senso, questão de justiça social. Defender que o produtor rural tenha uma arma na sua propriedade para defender a sua família, não é uma coisa de direita, é bom senso. É assim que tenho procurado me posicionar na Assembleia Legislativa, como deputado em terceiro mandato, em relação aos projetos que são apresentados”, argumentou.
Sobre a polarização política que existe hoje no Brasil, Anibelli Neto contou que o MDB do Paraná se reuniu recentemente com a executiva para debater essa questão, e existe um campo de 65% dos eleitores que não querem a polarização.
“Defendo uma candidatura própria. A senadora Simone Tebet se colocou à disposição para percorrer o Brasil para escutar os jovens e incentivá-los, ela que tem uma história de militância desde a juventude no MDB. E vamos ver o que vai acontecer. Não adianta vislumbrar o futuro para daqui um ano, até porque estamos no final de uma pandemia, de um vírus maldito que nos tirou da convivência de tantas pessoas. Temos que esperar o momento. É hora de trabalharmos na nossa casa, nos fortalecer e esperar para ver o que vai acontecer lá na frente”, frisou.
Bandeiras e projetos
O presidente do MDB Paraná contou que tem defendido bandeiras e projetos importantes na Assembleia. Citou uma luta que vem travando desde 2015, sobre a questão da soja safrinha. “Fizemos audiências em 2015 e 2017, fizemos movimentações, pressionamos, fomos a Brasília e ficamos muito felizes com a liberdade que o Ministério da Agricultura deu para a Adapar – que é a entidade responsável e legítima dentro do Estado do Paraná para dar um norte a respeito da questão sanitária – dando o prazo de 31 de janeiro de 2022 para que o produtor possa plantar soja. Significa que ele pode entrar como milho e depois com o soja, ou pode entrar com o soja e depois com o feijão, ou seja, ele pode fazer uma série de alternativas em relação ao tempo, estiagem e excesso de chuva. Assim a gente vai dando autonomia, fiscalizando e lutando para que essa maldita ferrugem asiática não retorne. Também sabemos que através da tecnologia muita coisa avançou. Por isso é um orgulho quando isso acontece”, enfatizou.
Em relação a Pato Branco, ele citou a participação na audiência sobre o porquê da importância de avançar no Paraná e ficar sem a vacinação da aftosa. “Hoje avançamos dois anos, estamos sem, vários investimentos estão sendo feitos no Estado, não só na questão da bovinocultura de corte, de leite, mas também na questão da ovinocultura, da suinocultura e da avicultura, porque a sanidade é muito importante em todos os mercados. Tendo o selo de sanidade, nosso produto será mais valorizado e em contrapartida o produtor vai agregar mais valor ao seu produto”, ressaltou.
Diretórios
Questionado se os diretórios municipais do Paraná estão passando pelo processo de eleição, Anibelli Neto explicou que existem dois mecanismos de se ter uma direção partidária. Comissão provisória – que vale provisoriamente 90 dias, e um diretório – que tem um mandato de dois anos.
“O MDB de Pato Branco escolheu o seu caminho e elegeu um vereador, cumpriu a resolução que foi pedida pelo diretório estadual de eleger alguém. Assim, teoricamente não precisava ter nenhum tipo de mudança, e automaticamente o diretório, dentro da sua autonomia, escolheu a continuidade do trabalho do Toniolo, que vai continuar fortalecendo as nossas fileiras”, salientou.
Em relação ao encaminhamento que os diretórios municipais fazem nesse momento, Anibelli Neto foi questionado sobre como essa movimentação será observada no processo do ano que vem, que é um ano eleitoral. “Cada diretório municipal é uma questão. Estamos percorrendo o Paraná, mas cada diretório tem autonomia para decidir”, destacou.
Requião
Anibelli Neto também comentou sobre a saída do ex-presidente do MDB Paraná, ex-governador e ex-senador Roberto Requião do partido, após perder a eleição do diretório estadual em 31 de julho. Destacou que não tem nada contra Requião e que não entende a saída dele.
“Temos orgulho das conquistas do partido ao longo da sua história, mas é importante dizer que ninguém é maior que o MDB. Tanto é que com a saída dele muito pouca gente saiu, pela história do partido. Acho que ele fez uma besteira, mas nós continuamos firmes na luta, rodando o Paraná”, frisou.
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