A vindima da uva de Mariópolis está cerca de 15 dias atrasada este ano, mas nada que preocupe os produtores, pelo contrário, a previsão é de que a safra 2022/2023 no município mantenha a qualidade já reconhecida pelos consumidores.
O atraso na colheita dos primeiros cachos, que tradicionalmente inicia na semana que antecede o Natal, tem explicação, as condições climáticas. Tudo porque as baixas temperaturas se entenderam por mais tempo, o que retardou o período de dormência das videiras.
Mas, se o início do ciclo foi de chuva, — que os produtores avaliam como no momento certo —, o calor dos últimos dias também é visto com otimismo em se tratando de qualidade, tudo porque para atingir a maturação, coloração e teor de açúcar, é necessário bastante sol, o que contribui ainda para a sanidade das uvas.
Com anos de experiência e dedicação à produção de uva, Cirilo Galioto afirma categoricamente que ao longo dos mais de 30 anos que os agricultores de Mariópolis aprenderam trabalhar com os parreirais e viram ainda uma transformação acontecer, por meio de assistência técnica, inserção de novas variedades e formas de manejo.
A propriedade da família Galioto, em uma das maiores regiões produtoras de uva do município, a comunidade de Nossa Senhora do Carmo é um exemplo claro do atraso da colheita nesta safra.
“[O maior] Período de frio atrasou a produção. A poda foi feita na mesma época do ano passado, mas no início, deu um período de 30 dias de chuva e a uva ficou parada [dormente], por isso que ela atrasou esse ano, se comparada com o ano passado, que nesta época já estávamos vendando uva”, comenta Galioto completando “mas, a qualidade será a mesma.”
Porém, o consumidor que espera encontrar cachos carregados de grãos, pode se surpreender. Claro, eles estão presentes nos parreirais, e variam de regiões produtores, contudo, também em virtude da chuva e do frio, eles ficaram com uma quantidade menor de grãos, o que vem sendo compensado pelo tamanho dos mesmos, já que os cachos se desenvolveram bem.
Ainda para os apreciadores de uva in natura, doces, sucos e vinhos, Galioto acredita que assim como na propriedade da família a expectativa é de uma safra maior do que a passada, o mesmo vem sendo projetado por outros produtores, o que deve colocar no mercado muito mais produto.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Mariópolis, Nadir Rissardi Primo afirma acreditar “que vai ser uma das [safras de] uva mais doces [dos últimos anos]”, ao assegurar de certa forma a qualidade da uva local. “as chuvas foram nos momentos certos, e no geral a uva está se desenvolvendo bem”, completa.
De acordo com o secretário, a expectativa é de que saiam dos 74 hectares de parreiras de Mariópolis 1,3 mil tonelada de uva.
Festa da Uva
Para marcar a época do produto símbolo do município, Mariópolis também se prepara para mais uma edição da Festa da Uva.
Somente para festa que vai acontecer de 20 a 22 de janeiro, a previsão é de comercialização de mais de 30 mil quilos de uva in natura, além de outros cerca de 20 mil quilos processados em suco, vinho doce e geleias.
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