Quando olham para sua renda, essas pessoas, diz ele, têm claro que não conseguirão atender os direitos sociais de suas famílias.
“E essa pessoa diz: eu vivo no Brasil e o Brasil gasta dez vezes mais com o social o que eu ganho. Então o problema do Brasil não é gasto social e não é arrecadação. O problema é projeto”, disse Paes de Barros.
O economista disse até achar legal o Brasil ter escassez de recursos e muitos projetos.
“Só para ser um pouco controverso, eu acho que o teto de gastos é um meio de indexação, uma maneira de ficar se protegendo de um jeito ou de outro de gastar mal. Eu não queria ter teto de gastos e indexação, mas ter projetos de como usar esses recursos para melhorar a vida das pessoas”, disse.
Contudo, de acordo com Paes de Barros, um governo que não está em contato com a sociedade e com a pessoas mais pobres não tem como fazer programas sociais sérios.
Ainda segundo o economista, se for para reduzir a desigualdade, faz sentido o Brasil se endividar. Mas para isso, é preciso o governo saber quem é pobre, quem realmente precisa.
“Ele nunca construirá uma política social decente porque política social precisa ter muita capilaridade e ser descentralizada. É preciso estar em contato com quem é pobre, é preciso ter um canal de comunicação com o pobre levar o que ele precisa até ele”, criticou Paes de Barros.
Ele participou até instantes do painel sobre política fiscal no Brazil Conference at Harvard & MIT.
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