Entre os problemas estruturais das finanças descentralizadas – setor liderado pelas criptomoedas – está a falta de transparência, segundo Powell.
Em seus comentários, Lagarde ressaltou que é importante diferenciar stablecoins – moedas digitais com lastro em ativos tradicionais – de criptomoedas, que são ativos “puramente especulativos” que não servem como meios de pagamentos e não são reservas de valor estáveis, segundo ela.
Para além da regulação, bancos centrais ao redor do mundo precisam se engajar com inovação no campo de moedas digitais, defendeu Lagarde.
O BCE possui um projeto para criar o “euro digital” e caminha a passos mais rápidos que outras autoridades monetárias para criar sua CBDC (sigla em inglês para “moeda digital de banco central”).
Se os BCs não agirem nesta frente, eles podem perder seu papel de “âncora” do sistema financeiro, alertou Lagarde.
O presidente do Federal Reserve alertou que a autoridade monetária norte-americana só poderá avançar com um projeto de CBDC (sigla em inglês para “moeda digital de banco central”) caso o Congresso dos EUA aprove legislação neste sentido.
Durante evento sobre finanças descentralizadas organizado pelo Banco da França, Powell observou que, mesmo após uma eventual aprovação de legislação para criar uma CBDC nos EUA, seriam necessárias mais alguns anos de pesquisa para que o projeto saia do papel.
Sobre as moedas digitais atualmente em circulação, Powell reiterou fala da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também presente no evento, ao afirmar que as stablecoins devem ser diferenciadas das criptomoedas tradicionais.
Por terem lastro em ativos mais estáveis, como o dólar, as stlablecoins têm potencial de uso mais abrangente, e o foco do Fed está em saber se elas podem ser usadas desta forma, disse Powell.
Retornando ao tema da regulação, o presidente do Fed ressaltou que “há muito trabalho a fazer para criar uma estrutura regulatória adequada a esses mercados, dado seu nível de inovação e descentralização.
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