A partir da recuperação, advinda da vacinação contra a covid-19, a expectativa é de um crescimento de 12% na produção em 2021.
O crescimento deve ser impulsionado pelo incremento das exportações, que caíram 18,6% em volume no ano passado (para 93,8 milhões de pares). A expectativa é de que os embarques aumentem 13% e o consumo doméstico 7%. “Ainda assim encerraremos 2021 com produção e exportações menores do que as registradas em 2019, 8,5% e 8,2%, respectivamente”, projeta Haroldo Ferreira, presidente da Abicalçados.
Como ocorreu ao redor do mundo, o setor calçadista brasileiro foi prejudicado pela pandemia do novo coronavírus e pelo consequente fechamento do comércio, que responde por mais de 85% do total das vendas de calçados do País. No ápice da pandemia, em maio e junho do ano passado, as fábricas de calçados chegaram a trabalhar com apenas 30% da capacidade instalada. Com a melhora no segundo semestre, o setor fechou o ano com 60,4% de uso de sua capacidade.
Ranking mundial
O quadro dos principais produtores do ramo não mudou. A China continua em primeiro lugar, com 52% do mercado. A Índia, em segundo, tem 13,6%, enquanto o Vietnã, em terceiro, tem 7%. O Brasil é o quarto no ranking, com 4,2% do mercado.
O relatório diz ainda que, no Brasil, cada trabalhador produz 3.480 pares todos os anos, mais que o registrado nos países que estão a frente do País no ranking mundial.
A China produz 3.361 por trabalhador. A Indonésia, 1.991; a Índia 1.380 e o Vietnã, 920.
“A indústria brasileira sofre com um custo de produção muito mais elevado do que outros países, especialmente no que diz respeito à carga tributária e à falta de políticas públicas de incentivo”, acrescenta Ferreira.
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