As safras de milho, feijão e trigo na região sudoeste do Paraná, têm sofrido impactos na redução de áreas plantadas, na qualidade das colheitas e nas expectativas para a próxima safra.
O engenheiro agrônomo técnico da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Carlos Hugo Godinho, avaliou o atual momento da safra na região sudoeste do Paraná. Segundo Godinho, a região apresenta condições singulares em relação ao restante do estado.
Milho
“O que nós observamos no sudoeste é uma situação peculiar em relação ao estado. O milho, por exemplo, o milho segunda safra, nós tivemos uma redução grande de área no sudoeste, vinte e cinco por cento de redução e isso acabou impactando na produção também. Então, em 60 mil hectares que acabaram sendo plantados na região, a possibilidade é de tirar praticamente 360 mil toneladas com uma produtividade bastante maior do que no restante do estado, que está enfrentando muitos problemas com a seca, especialmente. Então, é uma região que deve se destacar em termos de produtividade, apesar dessa redução de área”, analisou.
Feijão
Godinho também destacou a migração das áreas de milho para o cultivo do feijão, que teve um aumento significativo de trinta e três por cento, chegando a 195 mil hectares. “O feijão teve um incremento importante de área, e com isso deve ter uma produção trinta e um por cento maior na região, chegando a 310 mil toneladas. Essa produção já foi colhida, mas não atendeu muito bem em questões de qualidade devido às muitas chuvas na colheita. Por outro lado, por ser uma cultura de ciclo curto, ela foi retirada rapidamente e muitos produtores já estão plantando trigo agora.”
Trigo
Em relação ao trigo, Godinho apontou uma queda na área plantada no sudoeste, alinhada com a tendência estadual. “O trigo na região deve ter uma diminuição de sete por cento na área plantada, totalizando 223 mil hectares. Contudo, as condições estão muito boas e isso deve, de certa forma, compensar parte da produção do estado, já que as lavouras no norte, noroeste e oeste estão em situação bem pior. Na região sudoeste, as lavouras estão indo muito bem até agora devido às chuvas regulares, e a produção pode superar a do ano passado em trinta e seis por cento, alcançando 711 mil toneladas”, destacou o engeneheiro agrônomo da Seab.
Complementando as informações de Godinho, o presidente do Sindicato Rural de Pato Branco, Sinauri Bedin, reforçou a avaliação positiva para as culturas na região sudoeste e apresentou expectativas para a próxima safra. “A expectativa é colher bem o trigo e voltar a plantar mais milho na safrinha que vem”, salientou Bedin, uma vez que “muitos agricultores não conseguiram cobrir os custos do feijão safrinha deste ano, devido à grande oferta e à qualidade que deixou a desejar.”
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