Os produtores de soja do Sudoeste ainda possuem viva na memória, o mês de novembro de 2019, quando a Agência e Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou normativa prorrogando o período de semeadura da cultivar no estado.
Com aquela medida, os produtores por duas safras (2020 e 2021), puderam estender a data limite de plantio, que por determinações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) era de 31 de dezembro.
Aquela que no passado foi uma decisão tomada pelo secretário de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, até de certa forma contrariando a postura Federal, para o favorecimento da agricultura paranaense, em especial do Sudoeste, novamente passa a ser cogitada, tudo porque em maio deste ano, o Mapa publicou a portaria número 306, que estabelece o plantio até o último dia do ano.
A portaria, em seu sétimo artigo, estabelece como medida fitossanitária, o calendário de semeadura com período único de 110 dias.
Buscando o apoio de Ortigara, lideranças do Sudoeste, o que incluiu, Nilson Feversani, presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop); Clodomir Ascari, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná; Ari Antônio Reisdoerfer, presidente da Associação dos Sindicatos Rurais do Sudoeste do Paraná (Assinepar); Clemente Renosto, diretor vice-presidente da Ocepar – representando o Sudoeste do Paraná; Edson Silveira, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Sudoeste do Paraná e Oradi Caldato, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) – representando o Sudoeste, entregaram ao secretário que esteve em Francisco Beltrão em 1º de julho documento pedindo a alteração do calendário específico do Paraná.
O documento solicita que os produtores tenham a possibilidade de plantio da soja de 10 de setembro até 30 de janeiro, apontando como justificativas, as condições climáticas dos Sudoeste que diferem da realidade de outras regiões. “A região possui uma característica diversa, saímos de Palmas de uma altitude de 1333 metros e no outro extremo temos Capanema com altitude e 368 metros em relação ao nível do mar, com isso possuindo quatro microclimas e no centro destes dois extremos uma região que comporta com a eficiência o plantio de segunda safra”, destaca o documento.
Segundo Oradi Caldato, a portaria do Mapa “pegou” os agricultores de surpresa, por “se ter condições de plantar soja em janeiro”, na região.
Caldato também afirma que os agricultores já se conscientizaram que não pode plantar soja após soja, dizendo ter sido assumido um compromisso com o secretário Ortigara, que vem sendo cumprindo.
Como a entrega do documento para Ortigara ocorreu no início do mês, os produtores ainda aguardam um posicionamento do Estado.
Já com relação a Faep, Caldato que é vice-presidente da entidade, representando o Sudoeste recorda que em nenhum momento da busca da alteração do calendário de plantio de soja, os agricultores da região puderam contar com o apoio da Federação. “Ela [Federação] nunca se posiciona contrária ao parecer da Embrapa. O presidente Ágide [Meneguette] sempre deixou isso claro, (…), mas eu como conheço o Sudoeste, tenho falado nas audiências que respeitamos as opiniões contrárias, porém, quem conhece as condições do sudoeste do Paraná, somos nós.”