Na manhã desta terça-feira (12) aconteceu, no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, em Pato Branco (IDR-PR), o Dia de Campo de Feijão. O evento é realizado anualmente pelo Polo de Pesquisa e Inovação de Pato Branco do IDR-PR, sendo esse o primeiro ano em que acontece com as instituições parceiras do Projeto Centro-Sul, a Embrapa e a IAC.
Nesse ano, os participantes puderam ver a campo o desempenho de 22 cultivares de feijão, dentre eles, dez do IDR-PR, seis da Embrapa e seis do IAC, em cinco estações técnicas, além de acompanhar o manejo realizado para controle de doenças nas culturas.
O principal foco do projeto é atuar na profissionalização dos agricultores, principalmente os familiares, na produção de feijão e milho, focando no aumento de produtividade e renda, através de boas práticas agrícolas, promovendo oportunidades para diversificar a renda e também aumentando o acesso dessas famílias às políticas públicas.
Tradicionais no Paraná, os cultivos de feijão compõem grande parte da renda em propriedades rurais, sendo o maior produtor de feijão no Brasil. A média de produção no estado é de 1.700 quilos por hectare.
De acordo com a coordenadora do polo de pesquisa do IDR-PR, Norma Kiyota, o feijão é um produto que está na mesa do consumidor diariamente e, por isso, o Dia de Campo do Feijão desse ano conta não apenas com os cultivares do IDR-PR, mas também da Embrapa e do IAC. “Estamos trazendo os cultivares que são as recém lançadas, a discussão sobre tecnologia para o agricultor, para produzirmos com menor uso de agrotóxico, mantendo uma boa produtividade e qualidade”.
Melhorias na produção de feijão
Segundo o engenheiro agrônomo do IDR-PR, Germano do Rosário F. Kusdra, a agricultura familiar é muito forte no Paraná, com isso, o projeto Centro-Sul busca fortalecer essa questão, tornando-se referência para o país. “Essas ações no Paraná têm se tornado referência de sustentabilidade em produção de grãos”.
Kusdra afirma que o projeto Centro-Sul de feijão está implantado em mais de 50 municípios do Paraná e, através deste, estão levando tecnologias simples e fáceis de adotar, para alavancar a produtividade e renda dos agricultores. “Através de parcerias com a Embrapa e com o IAC, os agricultores atendidos alcançam uma média de produção de 2.700 quilos por hectares, sendo que alguns conseguem chegar em 4 mil quilos por hectares”.
O engenheiro explica que o uso das sementes melhoradas pode facilitar o aumento na produção. “a gente leva aos agricultores, explica o manejo da cultura, manejo integrado de pragas e doenças, para que o produtor use racionalmente os agrotóxicos e alcance um bom resultado”.
De acordo com o profissional, seguir as orientações traz maior segurança para os agricultores, suas famílias, o meio ambiente e a sociedade em geral. Kusdra diz ser fundamental trabalhar o plantio direto, com melhoria do solo e a condição de armazenamento de água, “principalmente na questão do clima que está bem instável, com o solo bem manejado, o plantio direto vai ter manutenção de água e resistirá melhor a estiagem, oferecendo condições de fertilidade melhores para as plantas”.
Uso de agrotóxicos
Para melhorar o resultado do plantio para os agricultores, o engenheiro agrônomo afirma que o projeto visa conscientizar ainda sobre o uso de produtos que podem prejudicar o meio ambiente. “Primeiramente os pequenos produtores não tinham acesso ao plantio direto. Depois que começou a tomar corpo nas grandes propriedades, foram desenvolvidas maquinas de baixa potência, de tração animal e, com esse projeto, mostramos aos agricultores familiares e eles não acreditavam ser possível”, comentou Kusdra.
O sistema de produção fornecido pelo projeto Centro-Sul tem como objetivo aumentar a produção e renda dos produtores através da tecnologia, sem deixar de pensar no uso racional de agrotóxicos. “É preciso usar, mas no momento certo, monitorando e acompanhando”, afirmou o engenheiro agrônomo, comentando que “há inimigos naturais do solo, eles se controlam automaticamente, isso é uma forma de racionalizar o uso, amenizar o impacto no ambiente e não prejudicar a sociedade como um todo”.
Alta produtividade
O analista da Embrape, Marcos Aurelio Marangon, afirma que as tecnologias ofertadas atualmente conseguem transformar o solo em um ambiente mais produtivo, através de rotação de culturas. “Um verdadeiro plantio direto que faz a correção do solo e garantir ao produtor resultados fantásticos, alta produtividade e rentabilidade”.
Marangon ainda comenta que a cultura do feijão traz inúmeros benefícios aos produtores, pois permite a verticalização da produção, ou seja, “no mesmo ano agrícola, o produtor consegue ter mais de uma safra. Essa região entendeu isso e a cultura do grão do feijão passou a atrair o pessoal, principalmente com tecnologias avançadas e prontas para uso”.