Um passo importante na promoção da inclusão e no acesso à educação para a comunidade surda de Pato Branco aconteceu na manhã desta quarta-feira, 12, com a aula inaugural do Polo de Educação Bilíngue de Surdos, iniciativa da Associação dos Surdos de Pato Branco (ASPB). Localizado no bairro Planalto, o espaço foi criado para oferecer educação de qualidade, promover a alfabetização e o letramento em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e garantir a inclusão social. O projeto contou ainda com a parceria da Prefeitura de Pato Branco, do Rotary Club e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco.
O ensino bilíngue para surdos é um método de educação que considera a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como a primeira língua e o português escrito como a segunda.
Durante a cerimônia, o prefeito Géri Dutra destacou a importância da iniciativa. “Eu sou um apaixonado pela educação e, ainda mais, quando vejo um projeto como esse, que visa superar barreiras e oferecer igualdade de oportunidades, fico emocionado. A inclusão social passa pela educação e é um dever de todos nós”, afirmou.
A secretária Municipal de Educação e Cultura, Ivete Ferrarini Iakmiu, reforçou o compromisso do município com políticas públicas inclusivas “O trabalho aqui é um exemplo de como a educação deve ser para todos. Estamos comprometidos com o projeto e sempre em busca de parcerias que possam tornar essa missão possível”, disse a secretária.
Apoio da comunidade
Eron Rodrigues, vice-presidente da ASPB, relembrou os desafios enfrentados ao longo dos anos para concretizar o projeto. “Este projeto não teria saído do papel sem a ajuda de muitas pessoas. O Rotary, a Prefeitura, a comunidade e o ex-vereador Rafael Celestrin, que sempre tiveram empatia pela nossa causa, foram essenciais”, ressaltou Eron.
O prefeito Géri Dutra também enalteceu a contribuição do ex-vereador Rafael Celestrin. “Rafael é um exemplo de inclusão e superação. A sua ajuda foi fundamental para que esse espaço existisse, e devemos valorizar o apoio da comunidade para que as boas políticas públicas tenham continuidade.”
Emoção e engajamento
A professora do Polo, Aline Brancalione, emocionou-se ao falar sobre o impacto do projeto. “É difícil expressar o que sinto. Eu sei o que essas crianças enfrentam, porque também já passei por isso. Ver o sorriso delas, sabendo que agora elas terão a oportunidade de aprender e se comunicar, é uma emoção indescritível.”
Ela ainda convidou as famílias e a comunidade a se envolverem com o Polo. “Se você tem um filho surdo ou conhece alguém, traga-o para cá. Estamos aqui para ensinar, aprender e criar um ambiente onde a comunicação seja possível. Precisamos do apoio de todos, pois sozinhos não conseguimos realizar esse sonho”, complementou.
Materiais bilíngues em parceria com a UTFPR
A professora da UTFPR, Mirelia Flausino Vogel, destacou a colaboração da universidade no desenvolvimento de materiais didáticos bilíngues. “Temos um projeto em andamento com as professoras de Libras da UTFPR, que estão criando materiais para alfabetização e letramento. Esses recursos já serão utilizados aqui no Polo e serão um grande apoio no processo de ensino-aprendizagem dos alunos”, concluiu.
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