Entre os endividados, 26,1% relataram ter dívidas vencidas, incluindo contas de consumo, como eletricidade, água, entre outras, número 0,5 p.p. acima do registrado em outubro e 0,4 p.p. superior ao visto em novembro de 2020. A parcela que declarou não ter condições de pagar suas dívidas ou contas em atraso e, portanto, “continuará inadimplente”, segundo a CNC, permaneceu estável, registrando 10,1%, queda de 1,4 p.p. na comparação com o mesmo mês de 2020.
Em nota, a CNC observou que, “mesmo com os juros maiores”, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas seguem aumentando – segundo os dados do Banco Central (Bacen), outubro registrou crescimento real de 3,3%. Para a entidade, a alta de juros empreendida pelo BC desde março, “na tentativa de ancorar melhor as expectativas inflacionárias futuras”, ainda “não foi suficiente para abrandar a dinâmica do endividamento”. “O crédito segue sendo a saída do brasileiro para recompor a renda”, diz a nota.
Tanto que o uso do crédito é mais relevante entre as famílias com rendimento de até dez salários mínimos. De outubro para novembro, o porcentual de endividados nessa faixa de renda saltou de 75,9% para 77,0%, ante 67,9% em novembro de 2020. “Para esse grupo em especial, a inflação corrente ao consumidor girando próxima a 11% ao ano acirra o orçamento familiar e aumenta a necessidade do crédito para organizar as despesas”, diz a nota da CNC.
Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o endividamento foi de 70,3% em novembro, ante 69,5% em outubro e 59,3%, em novembro de 2020. “As famílias no grupo de renda mais elevado têm revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo de serviços, auxiliando a retomada recente da atividade econômica no setor”, diz a CNC.
O indicador de inadimplência tem comportamento divergente conforme a faixa de renda. A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de renda mais baixa aumentou de 28,9% em outubro para 29,4% em novembro – ante 28,9% em novembro do ano passado. No grupo com rendimento mais alto, a proporção de inadimplentes caiu de 11,6% para 11,4%, na passagem de outubro para novembro – ante 11,8% em novembro de 2020.
“Entre os endividados, o porcentual de famílias com dívidas por mais de um ano é crescente desde o fim do primeiro trimestre e atingiu a máxima histórica de 36,2%, indicando que os consumidores estão buscando alongar os prazos de pagamento de suas dívidas para que a parcela caiba nos orçamentos e, assim, reduza-se o comprometimento da renda”, diz a nota da CNC.
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