A proposta é desafiadora. Mas de nenhum filósofo ou religioso da atualidade.
Foi lançada há uns dois mil anos, mais ou menos, por um Nazareno, das terras da Galileia.
Seus primeiros biógrafos anotaram que, de uma maneira revolucionária, Ele recomendou:
Amai os vossos inimigos. Bendizei os que vos maldizem. Fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.
A proposta não é somente revolucionária mas nos parece impossível de realizar.
Como podemos amar a quem temos por inimigo?
Ou como sequer pensar em amar alguém com quem temos dificuldades de relacionamento, incompatibilidade de convivência?
Como fazer para amá-lo?
Amamos nossos filhos, nossos pais, o cônjuge, os amigos. Porém, como vivenciar tal sentimento para com quem temos antipatia, mágoa, rancor?
Naturalmente, é um grande desafio.
Talvez possamos ensaiar o processo de amar àqueles a quem ainda não amamos.
Podemos iniciar fazendo esforços para não agasalhar mágoa ou rancor quando essa pessoa for inconveniente na sua fala.
Podemos tentar desculpar uma falta cometida, abandonando o desejo de vingança ou de malquerença.
Faz parte do amor o processo de compreensão do outro, com suas manias, jeitos e posicionamentos que, muitas vezes, nos incomodam.
Não precisamos concordar, muito menos apoiar situações ou falas que estão em distonia com nossos valores.
Mas podemos levar em conta que cada um estagia em um patamar de moralidade e de valores próprios. Dessa maneira, talvez exigir mais seria ir além das capacidades dessa pessoa.
Assim, se para com os desafetos não temos o mesmo devotamento que temos para com nossos amores, podemos criar simpatia, ao menos, com esses pequenos exercícios.
E, como Jesus também nos recomenda orar por aqueles que nos perseguem, tenhamos em mente que isso beneficia a nós mesmos, em primeira mão.
Se não está ao nosso alcance fazer com que alguém deixe de nos perseguir, de desejar nosso mal, podemos evitar entrar em sintonia com ele.
Se oramos por quem não nos quer bem, quebramos o círculo vicioso, por vibrarmos de forma diferente.
Ao mesmo tempo, orando teremos auxílio da Providência Divina para amenizar o problema de relacionamento.
Se, apesar dos nossos esforços, não conseguirmos mudar nosso comportamento para com as pessoas de difícil trato, talvez seja importante recordarmos estas outras sábias palavras:
Deus, nosso pai, faz raiar o seu sol sobre maus e bons. Derrama chuva sobre justos e injustos.
Que recompensa tereis se amardes somente os que vos amam?
O comum dos homens faz igualmente assim.
E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? A massa, a multidão age dessa maneira.
Somos cristãos. É nosso dever nos diferenciarmos dos que ainda não conhecem a mensagem do Pastor das almas.
Comecemos, portanto, nossos exercícios, a pouco e pouco nos moldando à lei de amor.
Pensemos nisso, com vontade.
Redação do Momento Espírita
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