Jornalistas da agência Associated Press viram o corpo de um homem que, segundo testemunhas, foi morto a tiros na comunidade de Quartier-Morin, perto de Trou-du-Nord, onde Moïse nasceu. Bloqueios de estradas foram montados entre as duas comunidades, impedindo temporariamente a entrada ou saída de carros, enquanto colunas de fumaça subiam nas proximidades.
Muitos trabalhadores caminharam em fila única ao longo da estrada principal que conecta Quartier-Morin a Cap-Haitien, a cidade onde as homenagens a Moïse estão programados para começar nesta quinta-feira, 22, antes do funeral de sexta-feira, 23.
Pessoas relataram ter visto pneus queimando e homens armados exigindo justiça para Moïse. Uma mulher sem fôlego disse que os homens armados lhe falavam a todo tempo “Vai! Vai! Vai!”, enquanto funcionários vestidos com uniformes obedeciam e saíam da área. Ela se recusou a dar seu nome, dizendo que temia por sua vida.
Abnel Pierre, que trabalha no Parque Industrial Caracol, disse que foi forçado a caminhar 45 minutos para chegar em casa porque o ônibus que leva os funcionários estava preso nos bloqueios.
Novas manifestações
Estas foram as primeiras manifestações violentas desde que Moïse foi assassinado em sua casa e ocorreram um dia depois que Ariel Henry foi empossado como o novo primeiro-ministro do país, prometendo formar um governo de consenso provisório e restaurar a ordem e a segurança.
Na capital Porto Príncipe, Martine Moïse, viúva do presidente, fez sua primeira aparição pública desde seu retorno ao Haiti no sábado 17. Ela estava se recuperando em um hospital em Miami após ficar ferida no ataque de 7 de julho na casa do casal.
Martine usava um vestido preto e uma máscara facial preta e seu braço direito estava em uma tipoia preta quando ela se reuniu com funcionários perto do Museu Nacional do Panteão, onde cerimônias estão sendo realizadas para homenagear seu marido. Ela estava acompanhada de seus três filhos.
Diferente da região norte do país, em Porto Príncipe não ocorreram atos violentos.
Investigação
Autoridades disseram que pelo menos 26 suspeitos foram detidos em meio à investigação do assassinato, incluindo 18 ex-soldados colombianos e três policiais haitianos. Pelo menos sete policiais de alto escalão foram colocados em isolamento, mas não presos, disse o chefe de polícia Léon Charles.
Na quarta-feira 21, o governo da Colômbia disse que teria uma missão consular no Haiti entre os dias 25 e 27 de julho para ajudar os ex-soldados detidos e repatriar os corpos dos outros três mortos pelas autoridades haitianas após o assassinato de Moïse. (FONTE: ASSOCIATED PRESS)
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