A cartunista, que já trabalhou também como roteirista em programas como Sai de Baixo e TV Colosso, disse que não acreditava que desenhar poderia se tornar sua profissão. “Mais jovem, eu pensava em fazer cinema, teatro, música. Demorei a entender o (ato de) desenhar e criar histórias como um meio de vida.” Ainda sobre vida pessoal, a artista foi questionada sobre o que diria para uma jovem Laerte, se pudesse encontrar com ela. “Essa hipótese é fantástica demais, não sei o que diria, talvez para não ser tão travada, que não tem problema nenhum curtir homens”, respondeu.
Sobre seu processo criativo, ela contou que faz tudo de maneira instintiva. “Leio, vejo filmes, converso com pessoas, vejo jornal e isso funciona como uma chuva de elementos para pensar, como comida para o cérebro”, conta. “Como faço isso há 50 anos, sei mais ou menos como produzir uma história, só não sei muito bem o que vai sair dali quando começo uma.”
A artista também comentou como a evolução tecnológica influenciou no seu trabalho e no de vários outros artistas, principalmente quando o assunto é alcance. “A existência de meios digitais é uma mudança importantíssima na velocidade do trabalho, no alcance, na possibilidade de publicação”, conta. Para ela, isso ajuda no surgimento de muitos jovens artistas que não precisam mais imprimir portfólios e correr atrás de diretores de arte, mostrando seus trabalhos. “Dá para organizar seu trabalho de forma digital e alcançar muito mais gente”, diz.
Questionada sobre como vê seu papel de artista no mundo atual, Laerte chamou todos para participar da transformação do mundo e da sociedade, de maneira geral. “As pessoas têm papéis a desempenhar conforme a consciência que têm da realidade, se enxergam possibilidade de mudança, vão fazer na área em que estiverem.” Por conta da pandemia, a CCXP Worlds 21 acontece virtualmente, mas a artista finalizou com esperança: “Gostaria de estar aí ao vivo, mas acho que tempos melhores virão”.
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