“O BC obviamente não está com essa disposição de acelerar o ritmo, então voltamos para a projeção de 1 ponto”, explica o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, que havia elevado a projeção para 1,25 ponto após o IPCA de agosto. “Acho que o mais provável é manter esse ritmo de 1 ponto agora.”
Nesta terça-feira, 14, Campos Neto disse que o BC não reagiria a todos os indicadores de alta frequência na hora de tomar decisões de política monetária. A fala foi recebida como uma sinalização de que a autarquia deve elevar a Selic em 1 ponto, já que o mercado havia migrado para apostas entre 1,25 ponto e 1,5 ponto após o IPCA de agosto.
Para Chermont, a estratégia do BC de manter o ritmo de alta em 1 ponto por reunião implica em um risco maior olhando para as expectativas de inflação, mas não necessariamente vai resultar em desancoragem.
“Acho que estava barato eles acelerarem, se mostrarem mais agressivos, uma vez que a curva já estava lá em 1,25 ponto. Mas é a estratégia do BC, e eles têm um cenário diferente do nosso de inflação e crescimento”, afirma.
A Quantitas agora espera quatro aumentos consecutivos de 1 ponto da Selic, até janeiro, seguidos por um últimos ajuste, de 0,75 ponto. Como resultado, a taxa básica de juros chegaria a 10,0% já no primeiro trimestre de 2022.
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