Que 2025 não seja mais um ano em vão

Iniciamos o belo ano de 2025 com as melhores intensões possíveis e isso não poderia ser diferente, são tantos sonhos, tantas promessas que fazemos individualmente e coletivamente, em publico ou mesmo de modo silencioso, não importa, o que vale é a grande maioria quer um mundo mais justo, mais igualitário, com menos ou nenhuma guerra, que ninguém mais passe fome aqui ou acolá, que tenhamos uma vida mais leve, que possamos sorrir mais, acolher mais, sermos menos duros conosco mesmo e com os outros, que olhemos de modo totalmente diferente para o nosso meio ambiente, que ele seja sim parte integrante de nossas vidas e não um mero depósito de lixo produzido por nós; não mais se culpar pelo que não foi feito no ano anterior e muito menos se descabelar pelo que se vai fazer no ano que mal começou, o melhor de tudo é viver esse momento, o presente.

Que esse 2025 não seja devotado exclusivamente para o individualismo, essa grave doença que tem deixado marcas profundas em toda a sociedade, que não sejamos irracionais ao ponto de decidir quem vive ou quem morre somente pelos nossos critérios quase sempre mesquinhos e descontextualizados, sabemos bem que proliferam por todos os lados os especialistas em quase tudo, esses dizem saberem demais e no entanto nos oferecem muito pouco ou quando muito um mundo vazio, desprovido de empatia, sinceridade e humildade. A ostentação nos faz pensar num mundo de sonhos que não condiz com a realidade que vivemos, em muitas ocasiões ela tem trazido apenas incerteza, instabilidade e precariedade; os ostentadores fogem do seu mundo, negam suas origens, imprimem um estilo de vida perigoso, com riscos múltiplos, são cegos cada vez mais cegos.

Outro ponto para não perdermos o bonde da história é estarmos minimamente informados do que acontece ao nosso redor, os tantos sinais de vida e também os tantos sinais de morte, que não estejamos muitos atarefados em nada fazer, enquanto outros sorrateiramente procuram nos manipular por todo tipo de inteligência, pensemos e façamos mais para o bem da vida, temos em nosso meio tantas pessoas de bem que merecem e devem ser vistas como modelos de existência, honestidade e amor pela vida. Que os maus exemplos que são tantos, sejam excluídos das nossas vidas, não precisamos de pessoas que derrubam pontes, que descontroem as amizades, que rompem todo e qualquer tipo de laço que une a humanidade por causas tão nobres. Tenhamos a coragem de dizer não aos que buscam derrubar o outro, não precisamos mais de mesquinhez e de projetos suicidas.

A primeira mudança começa em cada um, ela se inicia por pequenos projetos cotidianos, podem ser realizadas em todos os nossos contextos, inclusive nas situações mais imprevisíveis, verdade que nosso mundo não anda muito preocupado com melhoria, mas de uma coisa precisamos ter certeza, isto é, foram os loucos, os menos preparados, os mais vulneráveis, os tidos como os últimos que construíram a Arca de Noé e os especialistas, os sábios, os mais fortes, os poderosos e os que se achavam indestrutíveis que acabaram construindo o Titanic. Ter a coragem necessária para enfrentar novos desafios é sem dúvida hoje uma enorme tarefa, já está provado e comprovado de que não vivemos de aparência, que o nosso engajamento não seja superficial e muito menos indiferente; ontem como hoje os animadores e propagadores de meias verdade nos atraem.

Bioeticamente, o ano de 2025 merece ser vivido com intensidade, que as nossas bússolas estejam orientadas para um mesmo fim, ou seja, que o bem prevaleça, um presente vivido não como caos mas como oportunidade, que não vejamos em tudo apenas problemas, mas sim situações que exigem respostas à altura, não nos lancemos em programas duvidosos que num primeiro momento nos enchem os olhos e depois nos lançam numa miséria existencial absurda, tudo em nossa vida exige tempo, paciência e perseverança, palavras essas que muitas vezes nos causam arrepios devidos ao embalo frenético das relações, por outras palavras, que tudo é para ontem, que “eu” deva ocupar sempre o lugar de honra; enfim querendo ou não o tempo é o senhor e quando vier o final de 2025, poderemos fazer uma comparação entre o que fizemos e o que deveria ser feito.

Rosel Antonio Beraldo, mora em Verê-PR, Mestre em Bioética, Especialista em Filosofia, ambos pela PUC-PR; Anor Sganzerla, de Curitiba-PR, Doutor e Mestre em Filosofia, professor titular do programa de Bioética pela PUC-PR. Emails: ber2007@hotmail.com e anor.sganzerla@gmail.com

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