Jesus dirige a indagação aos dois discípulos de João, o Batista, que O seguem.
Eles mesmos não saberiam dizer por que agiam assim. Seria porque João o apontara como o Cordeiro de Deus?
Seria por que algo, secretamente, dentro deles, lhes recordava que haviam renascido para serem os Apóstolos do Mestre de Nazaré?
Surpreendidos pelo questionamento respondem com outra pergunta: Onde moras?
* * *
Seremos nós assim também? Afeiçoamo-nos a uma doutrina e a abraçamos.
Contudo, se nos indagarem o que buscamos com isso, saberíamos responder?
Diríamos que estamos em busca de nossa própria salvação?
Ou que estamos aguardando sermos recompensados com o salário, mesmo que seja do trabalhador da última hora?
Talvez digamos que aguardamos sermos beneficiados com o arrefecer das nossas dores, que possamos ter diminuídos os resgates que nos conferem expiações dolorosas.
Desejaremos, quem sabe, termos computadas como mérito as horas de voluntariado que oferecemos.
Ou sermos lisonjeados pela nossa dedicação.
Importante que meditemos a respeito.
Vincular-se a uma doutrina, abraçar um credo religioso, esmerar-se no estudo e na observância do Evangelho deve ser algo raciocinado, ponderado.
O Cristo, sintetizando todo o ensinamento do Decálogo, enfeixou-o em uma dupla fórmula: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Dispor-se a seguir essas regras não deve ter outra motivação senão a própria edificação, a iluminação interior.
O Homem de Nazaré jamais prometeu recompensas exteriores ou privilégios de qualquer ordem.
Convidou-nos a segui-Lo, como Modelo e Guia, com o objetivo de construirmos o reino de Deus em nossa intimidade, enquanto galgamos os degraus da felicidade.
Dessa maneira, nenhuma questão de ordem particular deve constar das nossas expectativas.
O trabalho em que nos empenhamos nos é dado para que nos mantenhamos no rumo. Para que não venhamos, uma vez mais, a abandonar os campos da labuta, como já fizemos de outras tantas vezes.
Em algum momento de nossa jornada, optamos por nos dedicarmos ao bem. Para o bem de nós mesmos. Para nos sentirmos felizes.
Que podemos mais desejar?
Conscientizemo-nos, pois, de que nossa busca, seguindo Jesus, tem por finalidade a nossa própria iluminação, o concretizar o plano de reabilitação que delineamos, antes desta vida, para nós mesmos.
Melhorarmo-nos para sermos melhores para os que amamos. E para os que ainda não amamos.
Para os que temos próximos a nós. E para aqueles que vivem em outros pontos do nosso globo, a Humanidade em geral.
Esmeremo-nos nesse propósito.
Imaginemos que um dia, em nossos caminhos, encontraremos o Mestre a nos dirigir a pergunta: Que buscais?
Que estejamos aptos a responder de forma consciente, lúcida, como quem sabe que segue a luz para se iluminar por inteiro.
Segue a mansidão personificada para se pacificar interiormente.
Segue o Príncipe da Paz para andar com segurança sobre Suas pegadas.
Serve como Ele serviu aos Seus irmãos, porque a ordem é se tornar pequeno para ser útil onde se faça necessário.
Redação do Momento Espírita
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