No texto da semana passada, falamos sobre questões de solidariedade, de tentar ensinar solidariedade e empatia, por meio das oportunidades que o cotidiano nos oferece.
É evidente que o contexto da educação familiar mudou muito e rapidamente, nos últimos tempos. É difícil estabelecer parâmetros entre uma e outra geração. O que “dava certo” até pouco tempo atrás parece estar “ultrapassado” e até certo ponto “inconveniente” e, muitos pais, ficam, por assim dizer, “perdidos” sem saber que atitudes podem e devem tomar.
É que nos últimos anos têm ocorrido mudanças sociais que alteraram profundamente as condições familiares e as relações que se estabelecem entre pais, filhos, irmãos e demais membros das famílias.
Já não temos muito claro as famílias com suas relações de avós, tios, primos, numa grande rede de afeto e comunicação. Essa é uma transformação muito séria, entre outras, para as relações familiares.
Outras mudanças que ocorrem nas escolas, nas comunicações sociais (filmes, novelas, teatro, séries, músicas, clips), games, moda, enfim, em todas as dimensões da vida familiar, têm afetado a forma de educar e construir limites com os filhos.
E, essa é uma das principais tarefas da função parental: auxiliar os filhos na construção de limites para que se tornem pessoas capazes de relacionamentos humanos sadios e comprometidos consigo mesmos e com os outros.
É claro que não podemos fugir das “mudanças”, estamos imersos num contexto do qual não podemos fugir ou isolar nossa família. E, muitas das mudanças que ocorreram vieram para dar às pessoas mais liberdade, e promover a busca pela felicidade, sem sombra de dúvidas e, como consequência, influenciam a vida social.
Dizem os especialistas que, hoje, para educar com limites é preciso educar para o diálogo, para a liberdade, para a escolha com responsabilidade. Que o tempo de obedecer pelo medo já passou.
Boa parte da sociedade mundial, hoje prega a necessidade de que a educação dos filhos seja pela escuta, pelo diálogo, pela confiança, pela empatia, pelo acolhimento.
Que se ensine, tanto nas famílias quanto nas escolas, as crianças e adolescentes, a não terem medo, mas responsabilidade, o diálogo, a escolha, a igualdade de direitos e deveres, o respeito mútuo.
Hoje o discurso parental está mudando. Os pais estão mais preocupados com a felicidade futura dos filhos do que com aquilo que eles venham a ser. Ouve-se muito dos pais: “Não me importa o que meu filho/filha venha a escolher, desde que seja feliz e saiba ir atrás de seus sonhos”.
Parece que se caminha mais na direção de aceitar opções profissionais e estilos de vida e locais de moradia os mais diversos desde que os filhos sejam felizes e que se, possível, tenham sucesso. Mas para isso precisam aprender a construir limites, diálogos, acolhimentos, empatia, solidariedade, responsabilidade, visão do outro, pense nisso enquanto lhe desejo boa semana.
Comentários estão fechados.