Produtores rurais de diversas regiões do Paraná estão enfrentando prejuízos significativos devido a quedas recorrentes e oscilações na tensão da rede elétrica. Nos últimos meses, o Sistema FAEP/SENAR-PR recebeu 18 ofícios de sindicatos rurais e núcleos de sindicatos, representando 54 unidades sindicais, que relatam os problemas enfrentados por agricultores e pecuaristas, impactando diretamente na produção agropecuária.
Os problemas com o fornecimento de energia têm se imposto como um obstáculo significativo para os produtores, com impactos diretos na economia do estado. Entre os transtornos relatados estão a queima de sistemas elétricos de equipamentos essenciais e a perda de lotes inteiros de animais devido a falhas no fornecimento de energia.
Um exemplo dramático foi o caso de Luiz Bertolassi, um produtor em Jardim Alegre, que perdeu quase todo o lote de frangos devido a um disjuntor queimado. Outros produtores rurais enfrentam quedas frequentes de energia, com episódios sequenciais causando danos a equipamentos e perdas financeiras significativas.
No último quadrimestre de 2023, mais de 38 mil interrupções de distribuição de energia foram registradas no Paraná, um aumento de 23,6% em relação ao ano anterior, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além disso, o período médio de duração das interrupções aumentou significativamente.
O ofício enviado pela FAEP/SENAR-PR à Copel, ao governo do Paraná e a todos os deputados estaduais em 5 de fevereiro solicita providências imediatas para resolver esses problemas urgentes, enfatizando que o desenvolvimento do Paraná pode ser comprometido sem uma resolução.
Essa situação tem levado muitos produtores a considerar ações judiciais contra a Copel, buscando compensação pelos prejuízos sofridos. Além disso, há relatos de dificuldades de comunicação com a Copel e falhas na manutenção da rede elétrica, aumentando a frustração e o descontentamento entre os produtores rurais.
Esses problemas com o fornecimento de energia elétrica no campo representam um desafio significativo para o setor agropecuário paranaense, afetando diretamente a competitividade e a sustentabilidade econômica dos produtores locais.
O que diz a Copel
A Copel informou que encaminhou respostas individualizadas a cada um dos sindicatos rurais e à FAEP. A empresa disse que “fez um levantamento das redes que fornecem energia aos clientes rurais dos municípios em questão e que está intensificando a execução de inspeções e manutenções onde necessário, visando a melhoria na continuidade do abastecimento”.
Além disso, a companhia enfatizou que em 2023 o Paraná enfrentou 24 temporais de grandes proporções que provocaram danos graves à rede elétrica. Além de causar maior número de interrupções no fornecimento de energia, esses eventos interferem no cronograma de manutenção preventiva.
“Trata-se do maior número de temporais registrados no Estado em um ano. A ação das intempéries provocou a quebra de 5.637 postes da rede da Copel no ano passado. A instalação dos novos postes no lugar dos avariados equivale à quantidade de estruturas necessárias para construir uma rede nova de cerca de 320 quilômetros de extensão”, consta de nota emitida pela Copel.
A companhia também afirma que destinou, em 2023, R$ 1,878 bilhão a obras de ampliação e reforço na distribuição de energia do Paraná. O montante foi aplicado em grandes programas de modernização, como o Paraná Trifásico, além da construção de novas linhas, redes, subestações e sistemas de reconfiguração automática. Para 2024, estão previstos o investimento de mais R$ 2,1 bilhões em obras de melhoria do sistema elétrico.
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