O tom da entrevista foi de resposta ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que desde o início da semana acusa o Ministério da Saúde de ter “sequestrado os medicamentos”, proibindo a venda de empresas brasileiras a Estados e municípios.
“Os medicamentos doados pela Vale foram encaminhados de maneira tempestiva para atender ao governo de São Paulo e demais governos. Atribuição que os próprios governadores, especialmente os dos grandes Estados poderiam buscar esses medicamentos seja no mercado internacional, seja no nacional. Eles têm elementos para fazer isso e também se associar ao Ministério da Saúde nessa tarefa de apoiar a sociedade brasileira. Não adianta ficar só enviando ofício”, disse Queiroga.
O governo de São Paulo disse ter enviado nove ofícios ao Ministério da Saúde, o último deles na terça-feira, pedindo urgência para reforçar os estoques de medicamentos. Os últimos cinco foram encaminhados a Queiroga e, os anteriores, ao ex-ministro Eduardo Pazuello.
Queiroga detalhou nesta sexta-feira que os 2,3 milhões de medicamentos para kit intubação importados pela Vale estão previstos para chegar nesta quinta-feira, 15, às 22h30, no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Não foi informado quando os hospitais devem receber os kits. “Os Estados têm que procurar esses medicamentos também. Não é só empurrar nas costas do Ministério da Saúde. Se instituições privadas importam e trazem para cá, porque estados não fazem isso?”, questionou o ministro.
Também nesta quinta-feira o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo da Espanha doará medicamentos do kit intubação para abastecer os estoques dos hospitais brasileiros. De acordo com a pasta, a previsão é que os medicamentos saiam do país europeu no final da próxima semana com destino ao Brasil.
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