Quem é Gleisi Hoffmann, que assume a articulação política do governo Lula

A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), pasta essencial para a articulação política entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Anunciada em 28 de fevereiro de 2025, a nomeação reforça a influência do PT na gestão e sinaliza uma estratégia voltada para as eleições de 2026. Conhecida por sua lealdade às gestões petistas, Gleisi assume um papel estratégico em um momento de desafios políticos e econômicos.

Trajetória Política de Gleisi Hoffmann

Natural de Curitiba (PR), Gleisi é formada em Direito e começou sua carreira no movimento estudantil, filiando-se ao Partido dos Trabalhadores em 1989. Sua ascensão no PT incluiu cargos como secretária nos governos de Zeca (Mato Grosso do Sul) e Nedson Micheleti (Londrina), além de uma diretoria na Itaipu Binacional durante o primeiro mandato de Lula. Em 2010, elegeu-se senadora pelo Paraná e, em 2011, assumiu a Casa Civil no governo Dilma Rousseff, tornando-se uma aliada crucial durante o impeachment de 2016.

Em 2017, Gleisi assumiu a presidência do PT, liderando o partido em períodos críticos, como a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro. Antes disso, disputou cargos como deputada estadual (1998), senadora (2006), prefeita de Curitiba (2008) e governadora do Paraná (2014). Em 2018, foi eleita deputada federal, sendo reeleita em 2022.

Nomeação e Reforma Ministerial

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Gleisi substitui Alexandre Padilha, que deixa a SRI para assumir o Ministério da Saúde após a saída de Nísia Trindade. A troca ocorre em meio a uma reforma ministerial que busca ajustar a base aliada e aumentar a governabilidade. Lula justificou a mudança destacando a necessidade de “agressividade na política”, um perfil alinhado ao estilo combativo de Gleisi, popular entre a militância petista. No entanto, sua postura crítica ao ajuste fiscal e embates com figuras como Fernando Haddad, da Fazenda, geram preocupações no mercado financeiro.

Relação com o Congresso e Estratégia para 2026

Aliados de Gleisi apontam sua conexão com Hugo Motta (Republicanos-PB), novo presidente da Câmara, como um trunfo para fortalecer a articulação política. Para correligionários, a escolha reflete a intenção de Lula de adotar um “modo campanha”, priorizando a reeleição em 2026. Contudo, suas divergências públicas com Padilha durante as eleições municipais de 2024 evidenciam desafios na unidade da base aliada, um ponto sensível para a governabilidade.

Impactos e Expectativas

A nomeação de Gleisi Hoffmann à SRI é vista como um movimento estratégico do governo Lula para consolidar o apoio do PT e da militância, mas também levanta debates sobre seu impacto na economia e na relação com o Congresso. Seu histórico de críticas ao ajuste fiscal pode influenciar a agenda econômica, enquanto sua habilidade de negociação será testada em um cenário político fragmentado.


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