Em acordo para fim de motim, ele será levado para Belarus
Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner, ganha destaque como figura central em uma tentativa de avanço sobre Moscou para derrubar a liderança militar russa. Autoridades confirmam que o episódio foi um motim armado, que acabou sendo interrompido. A seguir, apresentamos algumas informações sobre Prigozhin e seu histórico controverso:
Conhecido por sua postura agressiva, linguagem chula e presença constante nas áreas de conflito, Prigozhin tornou-se uma das faces mais visíveis da guerra. Ele recrutou milhares de prisioneiros russos para lutar no grupo Wagner, enquanto rivalizava abertamente com o Ministério da Defesa em questões militares e no fornecimento de munição.
Aos 62 anos, Prigozhin é reconhecido há décadas como o “chef de Putin”, devido aos contratos de fornecimento de alimentos de sua empresa com o Kremlin. A proximidade entre ele e o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não está clara, mas é sabido que ambos são naturais de São Petersburgo e se conhecem.
Após cumprir uma longa pena de prisão na década de 1980, Prigozhin iniciou sua carreira vendendo cachorros-quentes em sua cidade natal. Em pouco tempo, ele expandiu seus negócios e construiu uma participação em uma rede de supermercados. Posteriormente, abriu seu próprio restaurante e empresa de catering, que se tornaram conhecidos por sua comida requintada e passaram a receber visitantes ilustres, incluindo o então vice-prefeito Vladimir Putin.
A partir desse ponto, a empresa de catering de Prigozhin, chamada Concord, começou a obter contratos governamentais, impulsionando suas operações a um nível muito maior.
Somente em setembro do ano passado, Prigozhin admitiu publicamente que fundou o grupo militar privado Wagner em 2014, o mesmo ano em que a Rússia anexou a Crimeia, na Ucrânia. Essa confirmação veio após negações anteriores e ações judiciais contra jornalistas que noticiaram a ligação. O grupo Wagner tem atuado em conflitos em países como Líbia, Síria, República Centro-Africana e Mali.
Além disso, o grupo prestou apoio aos separatistas pró-russos que assumiram o controle de uma região de Donbass, no leste da Ucrânia, em 2014.
No mês passado, o grupo Wagner ocupou a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, após enfrentamentos brutais. Durante o ataque, Prigozhin quebrou tabus do sistema político rigidamente controlado por Putin, dirigindo insultos à alta cúpula de Moscou.
Posteriormente, ele divulgou um vídeo agradecendo ao Kremlin, enquanto acusava publicamente a suposta traição dos altos escalões de Putin, em particular o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.
Tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia impuseram sanções a Prigozhin devido ao seu papel no grupo Wagner. Ele também é acusado de financiar uma fazenda de trolls conhecida como Internet Research Agency, que, segundo Washington, tentou influenciar as eleições norte-americanas.
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