Rayssa Leal, a Fadinha, inspira meninas a andar de skate

Em cima de um skate e do alto dos seus 13 anos, Rayssa Leal conquistou mais do que uma prata histórica nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Conhecida como Fadinha, ela despertou o interesse e o amor pelo esporte entre outras meninas – que puderam enxergar na atleta uma amiga, uma super-heroína e até uma princesa. A semana começou com muitos pais ouvindo o seguinte pedido: “Me compra um skate?”.
A primeira coisa que Estela Zollinger, de 5 anos, fez ao acordar foi avisar o pai que “quer andar de skate também”. Filha do jornalista e colunista do Estadão André Fran, Estela foi uma das crianças que se interessaram pela presença de uma semelhante na Olimpíada. “É difícil conseguir segurar a atenção dela com qualquer coisa na TV, mas quando a Estela começou a escutar sobre a Fadinha e o skate, ela passou a se interessar pelo esporte”, contou.
“Isso abre uma questão de representatividade. Ela me perguntava: é uma menina? Ela é criança? De manhã, quando acordou, começou a falar da Fadinha. Isso também remete aos desenhos, à Disney, aos contos de fadas. Um conto de fadas da vida real. Isso foi muito legal de ver”, completou Fran.
O skate na Olimpíada e as manobras de competidores de 13 anos fizeram Nina Rafea Kuffer, de 5 anos, lembrar de uma promessa que o pai tinha feito meses atrás. “Ele disse que, quando eu conseguisse andar de bicicleta sem rodinhas, eu ia ganhar meu próprio skate. Eu consegui!”, cobrou Nina. Ela já pratica skate com a ajuda do pai, o fotógrafo Diego Kuffer, de 41 anos, e a irmã, Maya Racca Kuffer, de 11. “Quero um skate rosa com um desenho de OSGEMEOS (Nina conhece o trabalho dos irmãos grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, porque visitou a exposição dedicada ao trabalho deles na Pinacoteca)”, disse.
O pai de Nina lembrou que na última semana, ao visitar uma pista de skate no bairro do Ipiranga, na zona sul, se espantou com a quantidade de crianças, menores do que a própria filha, andando de skate, fazendo manobras e se divertindo. “Quando eu tinha a idade delas, era crime andar de skate. Na época do Jânio era até proibido (Jânio Quadros foi prefeito de São Paulo entre 1986 e 1989).” A mãe, a arquiteta Julianny Rafea Kuffer, de 42 anos, acredita que as meninas podem tirar muitas lições da performance de Fadinha. “Ela é exemplo de que idade não é uma barreira, uma fronteira. O resultado não tem a ver com a idade, mas são o esforço e a disciplina que fazem uma campeã”, falou.
Gilberto Amendola, O Estado de S. Paulo
27 de julho de 2021 | 15h18
Sophie Olivier Maranhao
Sophie Olivier Maranhao diz, aos 6, que quer ser estilista e já sonha com modelos entrando de skate na passarela Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Em cima de um skate e do alto dos seus 13 anos, Rayssa Leal conquistou mais do que uma prata histórica nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Conhecida como Fadinha, ela despertou o interesse e o amor pelo esporte entre outras meninas – que puderam enxergar na atleta uma amiga, uma super-heroína e até uma princesa. A semana começou com muitos pais ouvindo o seguinte pedido: “Me compra um skate?”.
A primeira coisa que Estela Zollinger, de 5 anos, fez ao acordar foi avisar o pai que “quer andar de skate também”. Filha do jornalista e colunista do Estadão André Fran, Estela foi uma das crianças que se interessaram pela presença de uma semelhante na Olimpíada. “É difícil conseguir segurar a atenção dela com qualquer coisa na TV, mas quando a Estela começou a escutar sobre a Fadinha e o skate, ela passou a se interessar pelo esporte”, contou.
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“Isso abre uma questão de representatividade. Ela me perguntava: é uma menina? Ela é criança? De manhã, quando acordou, começou a falar da Fadinha. Isso também remete aos desenhos, à Disney, aos contos de fadas. Um conto de fadas da vida real. Isso foi muito legal de ver”, completou Fran.
Estela Zollinger
Aos 5, Estela Zollinger disse que queria andar de skate depois de ver Fadinha Foto: Andre Fran
O skate na Olimpíada e as manobras de competidores de 13 anos fizeram Nina Rafea Kuffer, de 5 anos, lembrar de uma promessa que o pai tinha feito meses atrás. “Ele disse que, quando eu conseguisse andar de bicicleta sem rodinhas, eu ia ganhar meu próprio skate. Eu consegui!”, cobrou Nina. Ela já pratica skate com a ajuda do pai, o fotógrafo Diego Kuffer, de 41 anos, e a irmã, Maya Racca Kuffer, de 11. “Quero um skate rosa com um desenho de OSGEMEOS (Nina conhece o trabalho dos irmãos grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, porque visitou a exposição dedicada ao trabalho deles na Pinacoteca)”, disse.
O pai de Nina lembrou que na última semana, ao visitar uma pista de skate no bairro do Ipiranga, na zona sul, se espantou com a quantidade de crianças, menores do que a própria filha, andando de skate, fazendo manobras e se divertindo. “Quando eu tinha a idade delas, era crime andar de skate. Na época do Jânio era até proibido (Jânio Quadros foi prefeito de São Paulo entre 1986 e 1989).” A mãe, a arquiteta Julianny Rafea Kuffer, de 42 anos, acredita que as meninas podem tirar muitas lições da performance de Fadinha. “Ela é exemplo de que idade não é uma barreira, uma fronteira. O resultado não tem a ver com a idade, mas são o esforço e a disciplina que fazem uma campeã”, falou.
Sophie Oliver Maranhão, de 6 anos, está começando a andar de skate. Ela não pensa em ser profissional do esporte como a Fadinha (que, segundo Sophie, é muito mais velha e treinada do que ela), mas quer usar o que está aprendendo em sua futura profissão. “Eu quero ser estilista. E que tal se no meu primeiro desfile as modelos entrarem andando de skate?”, perguntou.
A mãe de Sophie, a diretora de inovação Bárbara Olivier, de 46 anos, acredita que o melhor do skate para uma criança tão nova são as lições de “como lidar com o medo, a busca pelo equilíbrio e a diversão”.
Quem segue os passos de Rayssa, inclusive também sendo chamada de Fadinha, é Ana Clara Luz, de 5 anos. O pai tatuador, Renan Teixeira, de 36 anos, trabalha em um estúdio com uma pista de skate no fundo. “Ela praticamente nasceu em uma pista. Ela já engatinhava com um skate do lado”, falou. Ana tem todos os equipamentos e o jeitão de uma skatista profissional, a menina tem até fantasia de fadinha. “Ela só tem 5 anos, não presta tanta atenção em competição, mas se identifica com a Rayssa. Tem gente que a chama de fadinha também. Ela adora ser chamada assim”, contou.
Já Malu Mendes Graziella, de 11 anos, anda de skate desde os 8. “Eu vi a Fadinha, torci muito por ela. Eu também treino bastante e já participei de campeonatos”, disse. Antes mesmo da Fadinha, a primeira referência de Malu foi o irmão Leonardo, de 13 anos, que foi o primeiro a praticar o esporte na família. Agora, depois de aprender um pouco com ele, Malu também é a responsável por ensinar o irmão mais novo, Rodrigo, de 7 anos.
“A Malu vibrou muito quando a Rayssa ganhou a medalha. Ficou superanimada e já me perguntou quando iria acontecer o próximo campeonato. Foi muito emocionante ver uma menina tão nova ganhando uma medalha”, observou a mãe de Malu, a fotógrafa Karina Mendes Correa, de 38 anos.
Movimentação nas lojas de skate
Logo na segunda-feira pela manhã, horas depois da medalha de prata de Rayssa Leal, já tinha pai entrando em loja de skate. “Já deu para sentir a importância do que a Fadinha fez. Nem bem a loja abriu, já apareceram pai e filha aqui para escolher um skate”, informou Samuel Alves da Silva, de 48 anos, da loja Oxi Skateboards.
Cristian Onuma, de 45 anos, da Bord House, contou que o mercado já estava aquecido desde o início do ano. “Acredito que crescemos uns 20%. O fato de o skate estar na Olimpíada ajuda muito nosso setor”, revelou.
Fábio Sanchez, da Batata Skate Shopping, está otimista. “A procura está crescendo bastante. Certeza que vai bombar, inclusive a procura por aulas de skate. Não se fala em outro assunto. A Fadinha é o grande sucesso desta Olimpíada”, acrescentou.
Onde praticar skate em São Paulo
Vale do Anhangabaú
Reaberto no domingo, o local tem pista de Street (o mesmo estilo de pista na Olimpíada)
Minhocão
Fechado ao tráfego nos finais de semana, o Minhocão se transformou em um point do skate para quem arrisca seus primeiros passos
Estádio do Pacaembu
Muitos iniciantes praticam o skate ao redor do estádio
Parque do Ibirapuera
Bom lugar para começar a aprender na companhia dos pais ou de um instrutor. Atenção: a marquise continua fechada
Parque Municipal Chácara do Jockey
O maior parque de skate de São Paulo tem entradas pela Rua Santa Crescência, 323, Av. Prof. Francisco Morato, altura do nº 5.257, e pela Av. Pirajussara, altura do nº 4.748, Butantã
Parque Zilda Natel
Avenida Dr. Arnaldo, 1.250, Sumaré
Parque da Juventude
Avenida General Ataliba Leonel, 500
Rajas Skate Park (aulas de skate)
Rua Rubens Meireles 357, Barra Funda
Manifesto Skate Park Shop School
Rua Oliveira Alves, 782, Ipiranga
Skate City
Rua Jaraguá, 627, Bom Retiro
Rua Coronel Albino Bairão, 356, Bresser (pista coberta e aulas)
Bowlhouse
Rua Morgado de Mateus, 652, Vila Mariana (pista e aulas)
Cave Pool
Avenida Eliseu de Almeida, 984 (pista, loja, lanchonete)
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