“A capital de Tigré, Mekelle, está sob nosso controle”, comunicou Getachew Reda, porta-voz da Frente de Libertação do Povo de Tigré. O governo da Etiópia ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O governo do País declarou cessar-fogo unilateral na região, após oito meses de uma guerra civil sangrenta, que deixou centenas de mortos e que fez centenas de milhares de pessoas enfrentarem a maior crise de fome do mundo em uma década. O cessar-fogo deve durar até setembro, quando termina a fase de plantio em Tigré. No domingo, 27, tropas federais começaram a deixar Mekelle.
O avanço dos rebeldes na região de Tigré representa uma derrota para o primeiro-ministro Abiy Ahmed, que, ao enviar tropas ao Estado no ano passado, disse que a questão estaria resolvida em semanas. Com a medida, o premiê tentava retirar do comando de Tigré a Frente, partido eleito que então governava o Estado e vinha há vários meses desafiando a autoridade de Adis Abeba.
Prêmio Nobel da Paz em 2019, Abiy justificou a operação militar como resposta a um ataque prévio das forças estaduais do Tigré a uma base do Exército federal.
Apesar do cessar-fogo, o clima continua tenso entre governo federal e rebeldes. Na semana passada, um ataque aéreo matou 60 pessoas na cidade de Togoga, perto de Mekelle. O porta-voz das Forças Militares da Etiópia, o coronel Getnet Adane, afirmou que apenas militantes morreram. (Com agências internacionais)
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