Aos 30 anos, ele é um dos principais nomes do atletismo nacional que estará no Japão. Mas sabe que sua prova é bem disputada, com adversários de muito alto nível. O sonho é a medalha olímpica e é isso que o motiva a treinar cada vez mais. “Tudo pode acontecer, nossa prova é muito equilibrada. O atletismo em si é assim, um segundo pode mudar toda uma vida. Como aconteceu no Mundial passado. Estava com a medalha até a rodada final, no último arremesso acabei perdendo”, relembra.
A melhor marca de Darlan na carreira é 22,61m, conquistado em uma etapa da Liga Diamante, em 30 de junho de 2019. Ele atualmente ocupa a terceira posição no ranking mundial, atrás do neozelandês Tomas Walsh, que está em primeiro, e do norte-americano Ryan Crouser, na segunda posição. Em quarto e quinto estão outros dois atletas dos Estados Unidos (Joe Kovacs e Darrell Hill), seguidos por dois poloneses (Konrad Bikowiecki e Michal Haratyk).
“Os americanos, o atleta da Nova Zelândia e o polonês estão vindo muito fortes este ano. Eu vinha me preparando bem, mas aí veio essa quebra do ritmo por causa da pandemia, e todo mundo precisou se reinventar bastante durante esse período. E comigo não foi diferente. Eu treinei na garagem de casa, nos terrenos vazios aqui perto, mas a gente conseguiu fazer uma boa preparação”, explica.
Na semana passada, em Tucson, no Arizona, Crouser fez 23,01m, uma marca impressionante, e mostrou que vai chegar forte nos Jogos de Tóquio. “O Ryan Crouser é a grande esperança de bater o recorde mundial depois de muito tempo. A marca é 23,12m, ele fez 23,01m, mas tudo pode acontecer. Acho que foi em 2017, ele era o top, primeiro do ranking, tinha acabado de ser campeão olímpico, mas chegou na competição e ele foi sétimo colocado. Então vai ser no dia, quem vai acertar, que não vai”, avisa.
O recorde mundial do arremesso de peso é de Randy Barnes, dos Estados Unidos, conquistado em 20 de maio de 1990. A marca de 23,12m nunca foi batida desde então, apesar de Crouser ter se aproximado – é a terceira melhor marca da história, atrás de Ulf Timmermann, da antiga Alemanha Oriental, que fez 23,06m em 1988. O arremesso de 22,61m de Darlan é a 11ª melhor marca da história e a quarta melhor dos últimos anos – muitos dos registros são ainda do século passado.
Darlan garante que está se preparando bem, apesar do susto de ter pegado covid, e além de ter o foco nos Jogos de Tóquio, já começa a pensar também na próxima edição olímpica. “Já estamos pensando também no novo ciclo. No atletismo, e especificamente na minha prova, a cada ano a gente trabalha com um foco diferente. Agora já não temos mais quatro anos até Paris-2024, temos só três anos para a próxima Olimpíada e será um novo grande desafio”, afirma.
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