Refúgio Biológico Bela Vista celebra nascimento de filhotes de espécies ameaçadas

Pela primeira vez em sua história, o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional, registrou em imagens o nascimento de uma anta-brasileira (Tapirus terrestris). O filhote, cujo sexo ainda não foi identificado, nasceu às 17h22 de terça-feira (17), sendo o segundo a nascer no refúgio em menos de dois meses. Em 11 de agosto, a anta Cenoura também nasceu no RBV e, junto com sua mãe, Frida, já pode ser vista pelos visitantes.

Além do nascimento da antinha, as famílias de lontra (Lontra longicaudis) e veado-bororó (Mazama nana) também ganharam novos integrantes desde junho: duas lontrinhas, macho e fêmea, e dois filhotes de veado-bororó, completando seis novos filhotes no refúgio. Essas novas vidas são um sinal de esperança, especialmente em tempos de desafios ambientais como queimadas e destruição de habitats.

Um marco para a conservação

O nascimento desses animais é um importante marco para os esforços de manejo e conservação da fauna que o RBV realiza há décadas. A veterinária Aline Luiza Konell, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, destacou o compromisso da Itaipu com a preservação das espécies nativas da Mata Atlântica. “O refúgio mantém somente animais do nosso bioma. O fato de eles estarem se reproduzindo com saúde é crucial para garantir a conservação dessas espécies ameaçadas.”

A anta-brasileira, assim como as lontras e os veados-bororós, estão em risco de extinção, o que torna esses nascimentos ainda mais significativos para a preservação da biodiversidade.

Sucesso no manejo e reprodução

O trabalho de conservação no RBV não seria possível sem a colaboração entre equipes especializadas e parcerias com outros projetos, como o Projeto Lontra, que auxiliou na melhoria do manejo das lontras reprodutoras. “Fizemos uma mudança drástica no manejo, e o sucesso foi imediato. Agora temos dois novos filhotes, e a expectativa é de que muitos outros venham”, explicou Aline.

A capacidade de adaptação e inovação do RBV tem sido um diferencial no sucesso da reprodução em cativeiro, proporcionando um ambiente seguro e adequado para essas espécies ameaçadas.

Encanto para visitantes e orgulho para tratadores

Para os visitantes, a oportunidade de ver esses filhotes é uma experiência emocionante. A professora aposentada Roseli Barlati comentou sobre a visita: “Ver o filhotinho de anta foi a coisa mais fofa. Sabemos que, na natureza, a vida deles está cada vez mais difícil por causa das queimadas.”

Os funcionários do refúgio compartilham esse sentimento. Emily Gabriely Cover, terceirizada do RBV, expressou seu orgulho em fazer parte dessa missão: “É uma grande satisfação contribuir para a natureza com o nosso trabalho”. Paulo Roberto Dalla Corte, que cuida dos animais há 13 anos, também compartilhou sua alegria ao observar o crescimento dos filhotes de lontra. “É maravilhoso vê-las nadar e crescer. Este é um grande lar para mim”, afirmou.

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Curiosidades sobre os animais do RBV

  • Desde 1986, já nasceram 31 antas no Refúgio Biológico Bela Vista. Os pais de Cenoura são Frida e Batata, enquanto os pais do novo filhote são Anitta e Batata.
  • A Itaipu possui o maior plantel de veado-bororó do mundo, com 205 nascimentos desde 1988.
  • O refúgio também já registrou oito reproduções de lontras. Os novos filhotes são filhos de Mara e Bigode.

Com um total de 305 animais de 53 espécies, o RBV continua sendo um dos maiores exemplos de manejo e conservação da fauna e flora da América do Sul, destacando a importância da preservação e recuperação de espécies em risco de extinção.

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