A Fundação Hospital do Câncer de Pato Branco atende em média 150 pacientes em todos os serviços ofertados, sendo 45 na área de radioterapia. Na região do Sudoeste do Paraná, há em torno de 5 mil casos de câncer em tratamento e todos os dias, entre 3 a 5 pessoas morrem em decorrência da doença na região.
Segundo o presidente do Hospital, ainda é necessário ampliar o atendimento, porque a cada ano os casos de câncer aumentam. “Com a pandemia, as pessoas se retraíram, não vieram se tratar, mesmo com o nosso serviço aberto”.
A Fundação é responsável pelo atendimento privado, por convênio médico e público de toda a região, sendo que 90% dos atendimentos são de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A fundação sudoestina foi a maior obra e serve de exemplo para o Brasil pela forma que foi constituída, pela união do povo, nós somos meros administradores, trabalhamos voluntariamente, todo dia estamos aqui, porque nós queremos que isso evolua mais”, destaca Gabriel.
Após todo o percurso, a Fundação possui, atualmente, o credenciamento para o tratamento de câncer nas cinco áreas do serviço chamado Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia): ambulatório, cirurgia, radioterapia, quimioterapia e internamento. “Hoje somos privilegiados porque temos uma joia rara na região, somos adiantados no tratamento de câncer aqui e ofertamos muitas coisas aos pacientes, de todas as formas, além do tratamento médico”.
Assistencialismo
Para dar o suporte completo aos pacientes, o Hospital do Câncer fornece assistente social, nutricionista, psicólogos, realiza doações de comidas, cestas básicas, colchões e conta com um banco de cadeiras de rodas, cadeiras de banho e andadores.
Todo o auxílio, segundo o presidente, vem em conjunto com a empatia para com os pacientes, “porque o câncer é cruel, é agressivo e, quando ele chega em uma pessoa, acaba atingindo toda a família, amigos, vizinhos, por isso estamos sempre lutando e trabalhando em cima da prevenção”.
Ao final do tratamento, ou remissão da doença, os pacientes tocam o sino para comunicar a todos a vitória contra o câncer.
Atendimento em outros municípios
Em alguns casos, ainda há a necessidade de encaminhar pacientes para outros municípios. Tratamentos de leucemia, oncologia pediátrica e iodoterapia de alta dosagem ainda não podem ser realizados em Pato Branco.
“Nós não temos um médico hematologista no município, é uma necessidade e eu tenho ajudado a direção da Policlínica em prol de alguns pacientes com a necessidade de tratamento fora”, aponta Gabriel.
A necessidade desses tratamentos é um assunto tratado pela Fundação, “plantando a semente, existem parâmetros para isso”.
De acordo com Gabriel, é necessário ter um número de habitantes para que aconteçam esses tratamentos e a cada passo da entidade, é pensado sobre como sanar a necessidade.
“A oncologia pediátrica, por exemplo, é difícil uma mãe ficar dentro de um hospital em outra cidade, muitas vezes precisa ir a Cascavel, Curitiba, sendo que poderia ser tratado aqui”, pontua.
Dificuldades
Ao longo de 25 anos, os responsáveis pela Fundação Hospital do Câncer enfrentaram inúmeras dificuldades para dar início às obras e manter a entidade. Segundo Gabriel, o primeiro grande empecilho aconteceu porque todos eram leigos no assunto, sem qualificação como médicos, então não sabiam exatamente o que fazer ou o que definir.
“Primeiro comprar máquina, adquire acelerador, depois faz a obra, então precisávamos de muita orientação para que pudéssemos ter um caminho, mas com o tempo fomos descobrindo, conversando com pessoas, fomos abrindo essa clareira para chegarmos onde nós chegamos”, afirma.
Após os primeiros momentos, os envolvidos passaram a entender os procedimentos e conseguiram criar uma linha de ações, que ficaram mais fáceis após a chegada de médicos oncologistas.
“As dificuldades foram superadas com o tempo. Tínhamos vontade de fazer e a população nos fortaleceu, nos deu segurança, confiou em nós. São vários presidentes que passaram por aqui, são várias equipes, várias pessoas que lutaram por isso”.
Outras dificuldades, como conseguir autorizações do governo, licença sanitária ou liberações, também existiram, porém, todos os processos burocráticos foram sanados. “Não se instala um serviço de radioterapia com menos de 600 mil habitantes”, comenta Gabriel, ao destacar que a Fundação conseguiu ofertar o tratamento, mesmo com menos de 320 mil habitantes na região.
Evolução
O Hospital do Câncer serve de exemplo para a sociedade, segundo o presidente, já que através dela houve uma grande evolução de outras entidades.
Além da construção, as campanhas possibilitaram a aquisição de equipamentos e instrumentais, cedendo aos médicos que trabalham no local e ao Instituto Policlínica mais de 100 equipamentos para uso no tratamento, além de também ofertar um consultório odontológico completo, utilizado no tratamento de câncer de boca, ultrassom e o acelerador linear.