Aumento de capacidade e melhoria das rodovias são prioridades no Sudoeste

A rodada de atualização do Plano Estadual de Logística em Transporte (PELT 2035) chegou, nessa quinta-feira (21), ao Sudoeste do Paraná. Mais de 60 lideranças da região participaram de uma reunião, realizada na sede da Associação Empresarial de Francisco Beltrão (ACEFB), em que conheceram a evolução das obras previstas na última versão do PELT, lançada em 2016, e apontaram outras intervenções importantes para aprimorar a infraestrutura regional, em especial na malha rodoviária.

Elaborado em uma construção coletiva que envolveu representantes de mais de 20 entidades da sociedade civil paranaense e com coordenação técnica do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o PELT apresenta 97 obras e projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos até 2035. Desde o lançamento da última versão do plano, em 2016, 24% das intervenções foram concluídas. A maior parte, equivalente a 55% das demandas, já está planejada ou em início de execução. E os outros 21% ainda não tiveram avanços.

“O PELT é uma somatória de muitas entidades, em que conseguimos mostrar que a sociedade tem uma visão a longo prazo daquilo que o Paraná precisa de infraestrutura para ser um estado competitivo e com mais possibilidades de desenvolvimento”, disse o coordenador do Conselho de Infraestrutura da Fiep, Edson Vasconcelos, na abertura do evento. “Como temos agora mais uma janela eleitoral, nada melhor do que fazer uma revisão desse plano para poder colaborar com aqueles que vierem a se candidatar ao Executivo e Legislativo”, completou.

O encontro em Beltrão contou com a presenta de integrantes de diversas entidades, incluindo sindicatos industriais e associações empresariais, além de uma grande representação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), vinda de oito cidades da região.

Acessos precários

O Sudoeste é uma das regiões do Paraná que mais sofre com as deficiências da infraestrutura de transportes. Por não ser atendido por ferrovias, o setor produtivo regional é totalmente dependente das rodovias, que estão aquém da capacidade necessária para atender a demanda. É o que explica o empresário da indústria moveleira Edgar Behne. “Hoje temos um custo alto por esse isolamento e pelas dificuldades para escoar nossa produção. O Sudoeste utiliza somente caminhões para transportar a produção de toda a indústria e de todos os ramos de negócios. Isso é muito significativo não apenas pelas poucas opções que temos, mas também pelas condições atuais, que são precárias”, disse o industrial, que é um dos representantes da região na diretoria da Fiep.

Segundo Behne, a melhoria imediata e o aumento da capacidade das rodovias são aspectos essenciais, mas é preciso pensar em alternativas para a região. A principal delas é ferrovia, o que é contemplado no projeto da Nova Ferroeste, que ligará o Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá, prevendo ainda um ramal até o Sudoeste paranaense. “A ferrovia com certeza vai trazer um diferencial muito grande. Nós vimos que pelo menos há um planejamento para isso, o que temos que fazer agora é cobrar para que tudo saia do papel”, concluiu o empresário.

Prioridades

Em relação a essas demandas, o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, responsável técnico pela atualização do PELT, explicou que uma das prioridades imediatas é a conclusão da duplicação da BR 163, parte da ligação entre Cascavel e Francisco Beltrão. Essa obra está paralisada há praticamente quatro anos por falta de recursos públicos, prolongando os prejuízos logísticos da região. Existe a previsão de que esse trecho, chegando também até Pato Branco, seja absorvido pelo Lote 6 das novas concessões de rodovias do Paraná, que devem ocorrer até o próximo ano. “Também há um estudo da criação de um sétimo lote de concessão, ligando Pato Branco a Palmas e chegando até a Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba”, comentou.

O gerente da Fiep também apontou alguns avanços ocorridos na região em outros modais, especialmente no aeroviário. “O PELT foi atualizado pela última vez em 2016. Quando estivemos aqui naquela época, a necessidade de voos diretos saindo de Francisco Beltrão e Pato Branco para Curitiba era uma prioridade, considerada fundamental para atrair mais investimentos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Isso felizmente foi viabilizado pelo programa Voe Paraná”, disse, referindo-se a uma iniciativa do governo estadual que incentivou a aviação regional. Apesar disso, o PELT ainda prevê melhorias nesse modal na região, para que possa ser ampliada a oferta de voos de passageiros e também o transporte aéreo de cargas.

Próximas reuniões

A última versão do PELT 2035 pode ser acessara clicando aqui. Além de Francisco Beltrão, as cidades de Londrina, Maringá e Cascavel também já receberam reuniões para atualização do plano. A série de encontros regionais segue na próxima quarta-feira (27), em Guarapuava, seguindo depois para Ponta Grossa (28) e Curitiba (29).

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