Desde o dia 8 de agosto de 2019, quando foi realiza a assinatura para Ordem de Serviço, pelo governador Ratinho Junior, da construção de uma contenção de cheias na bacia do rio Marrecas, em Francisco Beltrão, já se passaram várias etapas de construção e muitos aprendizados com as chuvas no decorrer do cronograma da obra. É o que afirmou o secretário de Planejamento do município, Alexandre Pecoits, em entrevista concedida a rádio Onda Sul FM. “Ela [a chuva] atrapalhou bastante, mas por outro lado, ela nos auxiliou a ajustar todo o projeto, em questões estruturais que precisavam ser ajustadas. E principalmente entender o efeito que essas cheias têm, e através dessas informações, foi possível tirar muito conhecimento para dar sequência nos trabalhos”.
Histórico
Trabalhos esses que contaram, na primeira fase, com a construção do túnel de 1200 metros em setembro de 2020. Mais de 10 metros de rochas foram detonados para fazer a ligação do túnel com as obras no Rio Marrecas. No planejamento ainda estavam pela frente a instalação de uma comporta basculante, que ocorreu em março de 2021. A peça de doze toneladas, mede doze metros de largura por quatro metros de altura, e terá por função liberar a água na entrada do túnel, localizado junto ao Parque de Exposições Jaime Canet Júnior. O córrego Urutago foi interligado ao túnel também na metade de 2021. E a obra complexa, segundo o secretário, segue em cronograma lento, porém, necessário. “A previsão foi estendida. Devido esses atrasos ocorridos nesse ano, ela deve seguir até junho de 2023”. O próximo desafio, que continua em fase de construção e iniciou em agosto de 2022, é o canal de interligação entre o rio Marrecas e o canal de desvio, que já está aberto e tem mais de 600 metros. Atualmente a obra se encontra em fase conclusiva e mesmo não terminada, Alexandre afirma que ela já evita transtornos com chuvas maiores, como pôde se observar no decorrer desse ano. “Tirando a parte da intercessão do Rio Marrecas com o Urutago – que estava totalmente bloqueado pela secadeira, colocada para evitar que as águas do Rio invadissem o Córrego – emergencialmente foi aberto um buraco mínimo para água passar, nós estimamos que 20% do canal foi ocupado pelo Marrecas, por causa da restrição do rio. Chegou encher o túnel com todo esse volume, porque o rio subiu a altos níveis”, explicou. As regiões que historicamente eram mais afetadas, do bairro Luther King e Entre Rios, durante as chuvas de 2022, não sofreram grandes prejuízos. “Sempre se alagava e gerava muitos problemas e transtornos. Realmente ficou livre desse problema nessa ocasião”, concluiu Alexandre.
Projetos
Com o objetivo de reverter águas do Córrego Urutago para o túnel, a obra de Contenção de Cheias foi planejada com o intuito de desviar esse fluxo do rio Marrecas. O leito do córrego foi rebaixado em mais de oito metros para um maior escoamento da água do rio Marrecas em épocas de fortes chuvas. O rio por sua vez, será aprofundado e alargado para conter a vasão em chuvas torrenciais, registradas com maior frequência nos últimos anos. A comporta basculante do túnel será responsável por organizar o fluxo das águas, sendo que o túnel, terá capacidade de vazão de 285 metros cúbicos por segundo, ou seja, 85% da vazão máxima do Marrecas. Os investimentos iniciais, através de convênio firmado com o Governo do Estado ainda em 2017, eram de R$ 46 milhões. Com as obras periféricas necessárias, como retirada de antigas e construção de novas pontes, a obra passará dos R$ 50 milhões. O projeto futuro, após entrega do sistema de contenção, é a criação de uma área de lazer, como um parque linear, que faz parte da contrapartida do município de Francisco Beltrão no convênio assinado através do Instituto de Água e Terra (IAT), com o Governo do Estado.
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