Situação do acampamento indígena de Vitorino se encaminha para solução

Redação com assessoria

Por pouco mais de uma década, aproximadamente 15 famílias de indígenas da etnia Kaingang, vivem as margens da PRC-280, em Vitorino. Eles se instalaram no local, após um conflito político na Terra Indígena (TI) de Mangueirinha, alegando que Vitorino faz parte do território indígena ancestral.

O atual local onde está inserida a tribo, oferece grande risco a comunidade, por estar as margens da rodovia de maior movimento da região. Contudo, há anos também tem sendo evidenciado a necessidade de condições humanas para as famílias do acampamento.

Nessa segunda-feira (18), véspera da data que os não indígenas lembram o Dia do Índio, representantes da tribo kaingang, dirigentes da coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai), escritório de Guarapuava e representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), estiveram na prefeitura de Vitorino para novamente alinhar ações para a comunidade indígena.

Perante uma determinação do Ministério Público Federal (MPF) que gerou uma ação da Justiça Federal, a Funai está realizando estudo para a demarcação da Terra Indígena Tradicional para a tribo kaingang que está em Vitorino.

No estudo foi constatado que o tempo do processo para demarcação, entre eles o estudo antropológico, é longo. Somado a necessidade de um local seguro para os indígenas, a Justiça Federal, através de outra determinação também à Funai e ao Município, para que a tribo fosse realocada em uma área provisória.

Assim, nessa segunda-feira, os indígenas foram informados da intenção do Município de oferecer este local provisório para que tenham condições básicas de sobrevivência, como confirmou o prefeito Marciano Vottri. “Mais que uma questão judicial existe a sensibilidade do Poder Público em não se omitir do problema que é histórico. Por isso vamos conduzir com muita responsabilidade, com diálogo e bom senso para se chegar em um denominador comum”.

Vottri sugeriu a criação de uma comissão mista com objetivo de determinar os processos de realocação, que reúna representantes da comunidade Kaingang, da administração municipal e da Funai.

Segundo o Departamento Jurídico do município de Vitorino, a Comissão será montada já na próxima semana para atualizar as informações sobre a população indígena que vive às margens da PRC-280 e dar prosseguimento à realocação.

José Luiz Perazzolo, coordenador regional da Funai em Guarapuava falou em “vontade da administração de resolver definitivamente o problema dos indígenas”. Sobre o processo de demarcação da Terra Indígena Tradicional em território vitorinense, “a Funai há um mês constituiu um grupo técnico multidisciplinar para realizar o estudo antropológico, para no futuro delimitar essa área”, afirmou o coordenador.

Para o cacique Luiz Batista Kachinfa o processo de demarcação é longo, porém “neste novo local vamos estar mais adequados, com energia elétrica e saneamento básico, fora do risco de uma doença” finalizou Kachinfa. Hoje a tribo indígena vive sem água potável, sem energia elétrica, às margens de uma rodovia, e apenas com abrigos móveis fornecidos pela Funai.

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