Sudoeste tem encolhimento dos postos de trabalho em dezembro

Seguindo os comportamentos estadual e nacional, o Sudoeste fechou o mês de dezembro do ano passado com saldo negativo de 2.348 empregos formais, conforme divulgação feita nessa terça-feira (31), pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No Brasil, o saldo negativo atingiu 431.011 trabalhadores que deixaram de ter a carteira assinada, enquanto que no Paraná, o saldo negativo foi de 35.901.

O índice negativo reflete claramente os desempenhos municipais. Em dezembro, dos 42 municípios do Sudoeste, apenas seis (Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Honório Serpa, Manfrinópolis, Mariópolis e Planalto) tiveram saldo positivo no comparativo entre desligamento e contratação de trabalhadores. Mesmo com o desempenho favorável, juntos esses municípios totalizaram saldo de 60 novas carteiras assinadas.

Para se ter ideia, somente Itapejara D’Oeste teve de saldo 56 encerramentos de contratos de trabalho no mês de dezembro. Sem falar em Pato Branco (-636); Francisco Beltrão (-481) e Santo Antônio do Sudoeste (-148), juntos esses três municípios representaram mais da metade das baixas de postos de trabalho.

Pato Branco e Francisco Beltrão

No caso de Pato Branco, somente o setor industrial foi responsável por 309 fechamentos de postos de trabalho; seguido de serviços (-178); construção civil (-91); comércio (-44) e agropecuária (-14).

Contudo, no estoque do ano a indústria foi no município o terceiro setor que mais gerou empregos, 7.363 de estoque, atrás de serviços com 10.340 de estoque e comércio com 8.381. A indústria teve em 2022 desempenho melhor que a construção civil, 2.593 e a agropecuária com 2.414 de estoque.

Já em Francisco Beltrão, o maior número de desligamento de trabalhadores foi no setor de serviços (-254), no mês de dezembro, seguido da indústria (-96); comércio (-89) e construção civil (-43). Somente a agropecuária teve saldo positivo (um) no município.

O setor de serviços beltronense é o que apresentou melhor estoque em 2022, com 10.199 contratações; seguido de comércio (7.747); indústria (6.866); construção civil (1.571) e agropecuária (437).

Mesmo com quedas em dezembro, geração de emprego no Sudoeste fecha 2022 com saldo positivo

Mesmo com a maioria dos municípios registrando queda na geração de emprego no último mês de 2022, o sudoeste do Paraná registrou a abertura de 5.790 novos postos de trabalho formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O desempenho de 2022 é o segundo melhor desde que os dados passaram a ser divulgados, atrás apenas de 2021, quando a região contabilizou 9.320 novos postos de trabalho, mas afrente de 2020, com 4.305 vagas abertas; 2017, com 3.778; 2019, com 3.662 e 2018, com apenas 567.

Dos 42 municípios da região, somente sete (Boa Esperança do Iguaçu, Coronel Domingos Soares, Palmas, Pérola D’Oeste, Salgado Filho, Saudade do Iguaçu e Verê) tiveram saldo negativo na geração de emprego no ano, enquanto que os cinco municípios que mais contribuíram para o saldo positivo da região (em se tratando de novas vagas) foram: Francisco Beltrão, 1.599; Pato Branco, 1.218; Dois Vizinhos, 614 e Chopinzinho, 339 e Clevelândia, 249.

Dos 42 municípios, 28 tiveram em 2022 desempenho inferior a 2021, ou seja, abriram menos postos de trabalho do que no ano anterior. Chama a atenção Palmas que em 2021 a geração de emprego atingiu saldo positivo de 878, sendo destaque regional, e que no ano passado teve o encolhimento de 532 postos de trabalho.

Para o economista e professor do Centro Universitário de Pato Branco (Unidep), Nelito Zanmaria os índices de Pato Branco e Francisco Beltrão, mesmo com coeficientes negativos no mês de dezembro, mas positivos no ano, demonstram uma tendência de alta na geração de emprego formal. “Estes municípios acabam por atrair novas pessoas para eles”, pontua completando que o movimento migratório “faz com que essas cidades necessitem de alguma forma de mais mão de obra.”

Já no caso de Palmas, Zanmaria avalia haver uma certa dificuldade na consolidação dos empregos formais, o que segundo o economista pode ser um reflexo de que “as pessoas não compram os seus produtos. Aí não é só a indústria que vai mover essa relação.”

O economista ainda pondera que fatores como opções de ensino superior, como os consolidados em Francisco Beltrão, Pato Branco e Dois Vizinhos, acabam por ser atrativos também no quesito geração de emprego. Além da educação Zanmaria cita a tecnologia como ferramenta para esse crescimento. Ele também insere a saúde nestes atrativos.

No entanto o economista também lembra que em meio os índices de baixas de carteira assinada, estão presentes trabalhadores que pediram o desligamento das empresas onde estavam inseridas, o que leva a outro movimento, o de empresas tendo dificuldades para completarem seus quadros de funcionários.

“Vivemos um momento em que as pessoas escolhem onde querem trabalhar. Está faltando mão de obra, então elas [trabalhadores] vão onde ofertam melhores salários e condições de vida principalmente”, pondera o economista e professor.

Pandemia

Zanmaria não avalia como negativo uma certa retração nos números de 2022, no comparativo com 2021, quando se fala em geração de emprego global no Sudoeste.

Ele pondera que após um crescente, como a observada em 2021, onde os índices demostraram otimismo com o arrefecimento da pandemia de covid-19, o esperado também é de uma estagnação e até mesmo queda na sequência.

A este comportamento o economista afirma que começa a ser observado um novo comportamento da população, o de “sentir que podem melhor [economicamente] um pouco mais. A pandemia fez com que muitas famílias ficassem bem espremidas na questão de recursos, e começaram a gastar suas reservas ou fazer empréstimos, e agora a sensação é de que estão conseguindo pagar esses empréstimos, começando a gerar renda novamente”, comenta ele falando que “a tendência é de que agora em 2023 vejamos uma continuação do que vimos em 2021, ou seja, uma geração de emprego global maior no Sudoeste.”

Paraná

O Paraná fechou 2022 com a abertura de 118.149 novos postos de trabalho formais e liderou a geração de empregos na região Sul do Brasil, além de atingir o quinto melhor resultado do País.

O saldo de vagas com carteira assinada corresponde à diferença entre as 1.731.097 admissões e os 1.612.948 desligamentos no Estado nos 12 meses de 2022. Na comparação com outros estados, o Paraná ficou atrás apenas de São Paulo (560.986 vagas), Rio de Janeiro (194.869), Minas Gerais (177.996) e Bahia (120.446).

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