União de mulheres leva a criação de 15 quintais agroflorestais

Após mais de um ano de trabalho, no mês passado, as mulheres do coletivo Ana Primavesi, do Acampamento Terra Livre de Clevelândia, finalizaram o projeto Quintais Agroflorestais: Mulheres Cultivando Agroecologia. A ação beneficiou 15 famílias do acampamento, pois, ao seu fim edificou 15 quintais rentáveis.

No projeto, com foco principal nas mulheres, se discutiu não só técnicas de produção de alimentos como também justiça de gênero, machismo, misoginia e violência doméstica.

Josiane Grossklaus, advogada popular no setor de Direitos Humanos do MST, explica que o objetivo do projeto foi implantar o sistema agroflorestal (que combina árvores e hortaliças) na vida de algumas famílias.

“Além de ser pensado como método pedagógico, para as famílias aprenderem novas técnicas de agricultura, os quintais têm o objetivo de proporcionar às famílias uma alimentação diversificada e saudável”, disse, completando que o projeto também teve a intenção de criar uma fonte de renda aos envolvidos.

Destino da produção

Atualmente a produção é destinada às famílias que cultivam os quintais. Já o excedente é doado, através de ações beneficentes, a outras famílias em situação de vulnerabilidade social. Hospitais, associações, casas de idosos e casas lar também recebem doações dos produtores com frequência.

Quintais

Os quintais possuem um tamanho padrão de aproximadamente 100 metros quadrados. Nas áreas cultivadas foram plantadas árvores frutíferas, como citrus, banana, figo, pêssego e cereja; lenhosas, como eucalipto, para a produção de matéria orgânica através da poda constante; margaridão, também para a produção de matéria orgânica; adubação verde, como crotalaria e trigo mourisco, condimentos, plantas medicinais e diversas hortaliças.

Conheça o coletivo

O Coletivo de Mulheres Ana Primavesi teve início em 2020 com o objetivo de organizar as mulheres do acampamento e incentivá-las a discutir e desenvolver ações que as beneficiem e empoderem.

Composto por 15 mulheres, surgiu de um processo de formação chamado “Escola de Mulheres”, uma iniciativa do Coletivo de Mulheres do MST, onde se discutiu vários aspectos da luta das mulheres. Entre as pautas, debateu-se a violência patrimonial e a necessidade de criar formas de gerar renda para garantir a autonomia financeira das mulheres. Desse problema foi criado o coletivo.

você pode gostar também
Deixe uma resposta