Relatório de gastos do Natal 2022 é rejeitado apesar de apontar irregularidades

Vereadores de Pato Branco rejeitaram, nesta quarta-feira, 4, o relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investigou os gastos do evento Natal 2022. O documento aponta inconsistências em contratos e indícios de improbidade administrativa por parte do Executivo Municipal. Mesmo rejeitado, o relatório será enviado ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) para análise.

A CEI foi presidida por Claudemir Zanco (PL), com relatoria de Romulo Faggion (União Brasil) e membros Rafael Celestrin (PSD), Lindomar Brandão (PP) e Rodrigo Correia (União Brasil). O relatório foi formalizado no Projeto de Resolução nº 8/2024, mas recebeu cinco votos favoráveis e quatro contrários, com uma abstenção, sem atingir a maioria simples necessária, ou seja, seis votos. Entre os votos contrários, chamou atenção a postura do vereador Lindomar Brandão, que havia apoiado o relatório na comissão, mas votou contra no plenário, sem justificativa.

Votaram pela aprovação do projeto os vereadores Claudemir Zanco (PL), Maria Cristina Hamera (União Brasil), Rafael Celestrin (PSD), Rodrigo Correia (União Brasil) e Romulo Faggion (União Brasil). Votaram rejeitando o Projeto os vereadores Dirceu Boaretto (PRD), Joecir Bernardi (PSD), Lindomar Brandão (PP) e Thania Caminski (PP). O vereador Januário Koslinski (PL), absteve-se de votar.

A abstenção do vereador Januário Koslinski (PL) também levantou questionamentos. Segundo Romulo Faggion, Koslinski não deveria ter se abstido, exceto se tivesse vínculo direto com os eventos do Natal 2022, o que, na avaliação do relator, não ocorreu. Faggion argumentou que a abstenção comprometeu o resultado da votação, pois inviabilizou a formação da maioria simples necessária ou uma situação de empate, na qual o voto do presidente da Câmara seria indispensável para definir o desfecho.

O documento chama a atenção para a divergência de valores apresentados. Enquanto os dados fornecidos à CEI apontavam gastos de aproximadamente R$ 5.116.410,00, os números encaminhados ao TCE indicavam despesas em torno de R$ 7 milhões. Essa diferença deverá agora ser investigada pelas equipes técnicas do TCE e MP, que avaliarão os contratos e a execução financeira do evento.

Para Faggion, o caso reflete uma situação grave, que exige respostas claras e técnicas. “Meu compromisso é com a verdade, independentemente de alinhamentos políticos. O relatório segue para as instâncias competentes e confio que serão realizadas análises rigorosas dos dados apresentados”, afirmou o relator.

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