Renan destoa de parte de seus jovens companheiros. Enquanto Patrick de Paula foi afastado e multado por ter descumprido o protocolo sanitário do clube, além de ter usado brinco em um jogo do Brasileirão, e Danilo e Gabriel Veron receberam advertências por episódios em que apareceram em aglomerações, o zagueiro chama a atenção pelo foco, seriedade e concentração nos treinos e partidas.
Foram esses atributos especialmente que agradaram o técnico Abel Ferreira e o convenceram de que o zagueiro canhoto deveria ser titular. Ele atuou tanto na linha de três defensores, como no esquema com quatro atrás, ganhou sequência e participou de oito jogos do Palmeiras em sequência, sendo cinco no Brasileirão. Ele sofreu uma pequena lesão recentemente. Recuperou-se rapidamente, voltou à equipe, e embora tenha oscilado em alguns momentos, tem sido um dos destaques do time que busca deslanchar em 2021.
Sua responsabilidade é grande, já que joga para evitar gols em uma defesa que não conta com Gustavo Gómez no momento. O paraguaio, que está com sua seleção na disputa da Copa América, é o principal zagueiro da equipe e um dos melhores da posição no futebol sul-americano.
“Gómez é um cara sensacional, um grande zagueiro e que tenho como inspiração. Estou ali sempre ao lado dele e sem dúvidas aprendo bastante. Não só com ele, mas todos os zagueiros do Palmeiras têm muita qualidade e isso é muito bom para nós”, diz Renan ao Estadão.
Renan já é uma realidade, e há quem o enxergue como o substituto de Gómez como referência técnica e de liderança caso o paraguaio seja negociado. “Gómez é uma grande referência pra mim por estar trabalhando ao lado. Luan também tem muita qualidade e procuro me espelhar nesses grandes profissionais”.
Natural de Itapevi, o jogador foi descoberto na várzea. Ele jogava no Vila Isabel, de Osasco, e chamou a atenção do Água Santa quando enfrentou a equipe de Diadema, mas o seu destino, para sua sorte, foi outro. “Quando estava para acertar com eles, surgiu a oportunidade de fazer um teste no Palmeiras, e felizmente deu tudo certo”, conta.
Então, chegou ao Palmeiras em 2015 para atuar no sub-13. Como ocorre com grande parte dos garotos que sonham em prosperar no futebol, o início não foi fácil. Mas ele contou com o auxílio importante do pai para virar o zagueiro elogiado que é hoje.
“Meu pai sempre foi um cara fundamental na minha vida e sempre esteve comigo em todos os momentos. Me cobra bastante e também me elogia nos bons momentos, isso me ajuda muito a crescer. Desde quando comecei a jogar futebol ele está ao meu lado me apoiando”.
No Palmeiras, onde diz aprender “todos os dias, desde quando cheguei”, Renan foi promovido ao elenco profissional em 2020. Sua estreia foi em outubro, no revés para o Coritiba por 3 a 1 que resultou na demissão de Vanderlei Luxemburgo. Na temporada passada, ele participou de 11 partidas e fez parte das campanhas vitoriosas da Libertadores e da Copa do Brasil. Nesta temporada, aproveitou as oportunidades, se tornou um dos líderes do elenco em ações defensivas e é o segundo jogador de linha com mais minutos em campo pela equipe, atrás de Gustavo Scarpa.
Seus planos passam por conquistar mais taças pelo Palmeiras e chegar à seleção brasileira. “Quero atuar novamente na seleção brasileira e conquistar mais títulos pelo Palmeiras. Atuei pelas seleções de base e estou trabalhando para receber outra oportunidade e também vencer dentro do Palmeiras”, pontua.
A probabilidade de membros da principal organizada do Palmeiras flagrarem Renan em alguma festa, bar ou evento clandestino em São Paulo é remota. Quando não joga, ao contrário de atletas que têm frequentado esses locais além do horário permitido de acordo com o Plano SP de combate à covid-19, ele prefere descansar. “Sou um cara bem tranquilo, gosto de estar com minha família e meus amigos nos momentos de descanso”.
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