A cúpula da CPI enviou ontem uma carta a Bolsonaro, cobrando dele que se manifeste sobre as denúncias de corrupção apresentadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), referentes às negociações para compra da vacina indiana Covaxin. O presidente não só desafiou a CPI como recorreu a xingamentos para dizer que “em hipótese alguma” atenderá a esse pedido.
No mesmo dia, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, telefonaram para o presidente do Senado tentando dissipar o clima de tensão entre as Forças Armadas e o Senado. Braga Netto e os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica divulgaram uma nota de repúdio ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), após o senador ter afirmado que o “lado podre” das Forças Armadas estão envolvidos em “falcatruas do governo”.
“Nós não podemos ter medo de arreganhos, de ameaças, de intimidações, de quarteladas”, disse Renan durante discurso na CPI. O relator ainda fez um apelo de apoio a Arthur Lira que, de acordo com ele, “não tem perdido oportunidade de falar mal da CPI”, e a Rodrigo Pacheco, que acumula insatisfações internas dos integrantes da comissão. O presidente do Senado foi cobrado por colegas para ter expressado um apoio mais explícito a Omar Aziz e reagido de forma mais enfática à nota militar.
“Nós não vamos investigar instituição militar, longe de nós. Temos responsabilidade institucional. Agora, nós vamos, sim, investigar o que aconteceu nos porões do Ministério da Saúde e, na medida em que esses fatos forem conhecidos e essas provas forem sendo apresentadas, nós vamos cobrar punição dos seus responsáveis, sejam eles civis, sejam eles militares”, declarou Renan.
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