O senador, que foi denunciado na Lava Jato, rejeitou ainda a ideia de que “ressurgiu” a partir do momento em que assumiu a relatoria da CPI. Calheiros disse que estava fazendo um “jogo mais tático”, contido, e que agora poderá ir mais ao ataque.
“De vez em quando, eu subia um pouco, mas contidamente. Agora estou podendo fazer isso mais no ataque, né, tentando construir algumas jogadas mais objetivas. Mas tenha a certeza que se é verdade, se no ano passado eu ‘morri’, neste ano eu não morro. Neste ano eu não morro, não”, disse o senador, em referência à canção ‘Sujeito de Sorte’, de Belchior.
Para Calheiros, dentre os “estragos provados pela Lava Jato”, a política foi “devastada”. “A circunstância eleitoral em função dos estragos da Lava Jato possibilitou a substituição da política. E a eleição para presidente de alguém que estava na política há 28 anos, com todos os filhos na política, e até ex-mulheres na política – e pior, sendo contestado de ter feito ou não ter feito rachadinha com salários de servidores que integravam gabinete”, disse o senador durante o programa ‘Prerrogativas’, transmitido pela Rede TVT.
Flávio Bolsonaro foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no processo conhecido como das ‘rachadinhas’. “Em nome da purificação da política, se escolheu – e espero que ele prove o contrário – o que havia de pior na política nacional. Foi esse o retrocesso que nós observamos no Brasil nos últimos anos. E isso exigiu uma resistência”, disse Calheiros, para quem, desde os primeiros dias de governo Bolsonaro, os Poderes ficaram “sufocados e ameaçados permanentemente”.
“Operação Lava Jato teve ganhos evidentemente, mas não ganhos que pudessem esmagar todos os limites do Estado Democrático de Direito. Criminalizou reputações, misturou condenados com inocentes, e deu no que deu, tivemos eleição em 2018 sob esse clima”, concluiu o senador.
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