Na manhã desta terça-feira (25), Calheiros abriu os trabalhos da comissão traçando um paralelo entre as responsabilidades do colegiado e a do Tribunal de Nuremberg, julgamento organizado pelos Aliados após a Segunda Guerra Mundial e que condenou membros de liderança nazista.
“Estamos aqui participando de um colegiado com características jurídicas, mas também com natureza política e até policial. Nosso maior desafio, nosso principal dever e missão é fazer um julgamento justo, equilibrado e o mais técnico possível”, discursou Calheiros mais cedo.
“Faço a questão de trazer à memória de todos neste momento talvez o julgamento mais conhecido de todos os tempos, o Tribunal de Nuremberg. Este é um dos julgamentos mais famosos da história. Foi ali que o mundo procurou encontrar respostas para um crime até hoje inconcebível: o genocídio de 6 milhões de judeus nos campos de concentração do regime nazista”, continuou o senador na audiência pública que ouviria a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Durante seu discurso, Calheiros salientou que, apesar do paralelo, a CPI não é um tribunal de guerra nem de exceção, mas sim uma instituição da Democracia. A comparação irritou os senadores governistas que interromperam a fala de Calheiros, entre eles o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Repercussão
As falas de Calheiros pela manhã receberam o repúdio da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Conforme mostrou o Broadcast Político, a confederação informou “repudiar mais uma vez comparações completamente indevidas do momento atual, agora feitas na CPI da Covid, com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto”.
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